Temas Bíblicos – fev 2018
Carta aos colossenses (5) Cl 2,6-3,24
2,6-23 Desde o tempo dos Apóstolos, sempre surgem, na Igreja, pessoas que devem ser desconsideradas porque pregam doutrinas que não estão em sintonia com o que os Apóstolos anunciaram. Nos fiéis, sempre devem prevalecer dois princípios, a esse respeito: 1º) estar em comunhão de fé com os Apóstolos; 2º) ater-se ao que foi inicialmente abraçado, segundo o que o Espírito sugeriu.
Os Apóstolos anunciaram a mensagem que receberam da “Palavra da Vida” (1Jo 1,1). É em Cristo que devemos nos fundamentar porque “nele habita corporalmente a plenitude da divindade” (Cl 2,9). Não há mais necessidade de circuncisão porque, agora, a renúncia “ao corpo perecível” ocorre em virtude do Batismo que nos sepulta na Morte de Cristo, para que ressurjamos à vida nova que ele conquistou com a sua ressurreição. Não há porque prestar culto aos poderes celestiais, porque Cristo Jesus é seu Senhor e Criador. É como se eles tivessem sido despojados da sua condição e, feitos prisioneiros, tivessem sido arrastados atrás do carro triunfal do Senhor Jesus. A prática de distinguir entre alimentos puros e impuros, de celebrar festas, luas novas e sábados, não tem mais sentido. Devemos celebrar Cristo na sua Morte de Cruz porque foi por ela que os nossos pecados foram perdoados. Unidos à Cabeça, pela união das juntas e articulações, como num corpo, crescemos segundo o que Deus determinou porque é em Cristo que está toda primazia (1,18).
3,1-24 A dinâmica dos que ressuscitaram com Cristo é aquela de procurar “alcançar as coisas do alto”, para poder participar da sua Glória. O aspecto negativo deste esforço é o de fazer morrer “imoralidade, impureza, paixão, maus desejos e a cobiça, que é idolatria” (3,5); rejeitar “ira, irritação, maldade, blasfêmia, palavras indecentes” (v.8). O aspecto positivo é aquele de revestir-se do homem novo: “de sincera misericórdia, bondade, humildade, mansidão, paciência e caridade fraterna” (v.12). Fica evidente, neste caso, que as práticas dos judaizantes não têm mais sentido algum.
A prática que cultiva a vida cristã é a da frequência às assembleias dominicais, que permite que a Palavra nutra o fiel com toda a sua riqueza (3,16).
O matrimônio é a expressão mais significativa da vida cristã, quando vivido virtuosamente, porque se torna figura do amor que Cristo teve com a sua Igreja, manifestado pela sua imolação de Cruz.
O comportamento virtuoso por parte dos filhos, dos pais, dos servos, e dos senhores, como também nas relações sociais, constitui-se, para Paulo, no verdadeiro compromisso moral a ser vivido diante de Deus, esquecidas as obrigações legais da tradição humana dos judeus.
Padre Fernando Capra