Temas bíblicos – 1Jo (9) 3,11-24
1Jo (9) 3,11-24 A verdadeira caridade: o nosso compromisso com os mandamentos de Cristo Jesus (II) (continuação)
3,16 Nisto conhecemos o amor: ele deu sua vida por nós Jesus se torna o modelo do verdadeiro amor (Jo 15,13).
3,16 E nós também devemos dar nossa vida pelos irmãos É a condição da verdadeira realização do amor, que promove em nós os ideais de Cristo Jesus.
3,17 Se alguém, possuindo os bens deste mundo, vê seu irmão na necessidade e lhe fecha as entranhas, como permaneceria nele o amor de Deus? Trata-se de uma caracterização. Quando o fiel nem disso é capaz, de partilhar seus bens com o necessitado, não pode pensar de ter em si o amor de Deus. Contudo, o amor ao irmão não se limita a um gesto de misericórdia ocasional, implica a observância dos mandamentos de Deus (Jo 15,10).
3,18 Filhinhos, não amem com palavras nem com a língua, mas com ações e em verdade É aquilo que João tinha dito desde o começo, quando abordou pela primeira vez o preceito do amor (2,4-5).
3,19 Nisto saberemos que somos da verdade, e diante dele tranquilizaremos o nosso coração… Quem vive a verdadeira caridade, amando o irmão “andando como ele andou” (2,6) está em plena comunhão de vida com Deus.
3,20… se o nosso coração vier a nos condenar. É a condição de quem ainda não vive plenamente o mandamento que Jesus nos deixou.
3,20… porque Deus é maior que o nosso coração… O nosso coração estará tranquilo quando estiver vivendo como Deus ama.
3,20… e conhece todas as coisas. Ele é o único critério da vida perfeita.
3,21 Amados É o mesmo termo de “filhinhos” e expressa o desejo que os fiéis vivam à altura da sua vocação, para se tornar merecedores da vida eterna, vivendo segundo a mensagem que Jesus nos deixou (1,4-5).
3,21 Se o nosso coração não nos condena, temos confiança diante de Deus Quando tivermos visto desaparecer toda intranquilidade do nosso coração por estarmos vivendo a perfeita caridade, teremos confiança em Deus.
3,22 E tudo o que lhe pedimos recebemos dele, porque guardamos seus mandamentos e fazemos o que lhe é agradável. Jo 14,13-15 ajuda a entender esse ponto.
3,23 Este é o seu mandamento. A vontade daquele que conhece todas as coisas (v. 20).
3,23 Crer no nome do seu Filho Jesus Cristo Trata-se da nossa adesão de fé à Palavra que se fez carne, condição da nossa filiação divina (Jo 1,12).
3,23… e amar-nos uns aos outros. É o teste do nosso conhecimento de Deus (Jo 15,17).
3,23… conforme o mandamento que ele nos deu. Jo 13, 34
3,24 Aquele que guarda seus mandamentos permanece em Deus e Deus nele. Jo 13, 35. O termo “permanecer”, em Jo 15, indica especificamente a presença do Espírito que é mantida pela observância dos mandamentos.
3,24… e nisto reconhecemos que ele permanece em nós, pelo Espírito que nos deu. Deus faz sua morada naqueles que creem em Jesus, Filho de Deus, entendem a necessidade da purificação dos pecados e a observância dos mandamentos de Cristo, condição de caridade. A presença não é física, como poderiam insinuar as metáforas que a ilustram. Ela é dinâmica. Nós estamos em Cristo, permanecemos nele, enquanto cremos nele, vivemos a adoção filial que nos mereceu, observamos os seus mandamentos. O Pai faz em nós sua morada enquanto vivemos a nossa condição filial em Cristo. O Espírito age enquanto observamos os mandamentos de Cristo (Jo 14,15-17). Por ele produzimos muitos frutos (Gl 5,22s). A explicação desse versículo vem logo em seguida. Pela palavra gancho “amor”, João ligou a retomada sobre o “novo mandamento”, à retomada sobre a purificação dos pecados. Agora, a retomada sobre o “testemunho do Espírito” é feita com 3,24. Isto nos ajuda a entender quanto à doutrina de Jesus depende do testemunho dos Apóstolos que garante a mensagem de Jesus em toda a sua integridade, seja quanto à importância da purificação dos pecados como a observância dos mandamentos de Cristo Jesus para guardamos a vida eterna em nós.