Senhora da Esperança
Imaculada Conceição de Nossa Senhora
Em nosso itinerário do Advento, encontramos uma outra face da Esperança: a Virgem Maria! O anjo Gabriel foi enviado por Deus … É Deus que procura Maria. Deus bate na porta do coração de Maria, não arromba a porta da liberdade, mas bate e espera. Ao longo da história, quantos se fecharam ao chamado de Deus, tendo como consequência a perda da paz, da alegria e da justiça. Santo Agostinho, que conhecia a tristeza da distância de Deus, quando se converteu, exclamou: “Senhor, Tu nos criaste para Ti, e inquieto está nosso coração enquanto não repousa em Ti!”. Onde falta Deus, falta tudo; onde Deus está, as coisas mais simples se tornam grandiosas. Tomemos como exemplo a vida do Bem-Aventurado Papa João XXIII. Na pequenina casa onde nasceu tudo permanece pobre e simples. O quarto nupcial de seus pais impressiona: eles dormiam num colchão rústico de palha, e ali sua mãe deu à luz seus onze filhos, inclusive o futuro Papa. E, no entanto, João XXIII sentia uma grande saudade da pobre casa, porque ali estava Deus. No amor do papai e da mamãe se sentia Deus; e onde está Deus, está tudo!
Maria de Nazaré o havia entendido lucidamente. Por este motivo, abriu a porta da sua liberdade e se tornou a maior colaboradora de Deus na imensa obra de recuperação da humanidade: uma obra ainda agora em curso, pela qual Deus espera também o nosso sim!
Maria pronunciou um sim tão límpido, decidido e coerente porque era simples: o Anjo a encontra na desprezada Galileia, em Nazaré e não na cidade de Jerusalém; numa humilde casa e não no esplendor do Templo. A Galileia era uma região habitada por gente simples e sem cultura, continuamente vítima dos povos vizinhos. E é lá que Deus escolhe Nazaré, uma cidade jamais nomeada na Sagrada Escritura. De fato, Galileia simboliza a terra da humildade, e essa é a grande mensagem que se esconde na figura de Maria. Deus escolheu Maria porque ela era extremamente humilde. E Deus, que resiste aos soberbos, elevou Maria ao patamar mais alto da humanidade reservando-lhe a mais sublime missão: a de ser Mãe de Deus, preparando nela o Caminho Real, puro e sem mancha, imaculado, pelo qual veio ao mundo o Salvador da humanidade.
Ao longo da história, Maria também escolhe pessoas extraordinariamente humildes, repetindo o critério usado por Deus foi assim em Lourdes quando, aparecendo à pobre e humilde Bernadette Soubirous que lhe pergunta seu nome, responde com simplicidade, corroborando a fé de toda a Igreja: “Eu sou a Imaculada Conceição”.