Semana Santa – Abril 2019
Desde a quarta-feira de cinzas, até a quinta-feira Santa, quando se encerra o tempo da quaresma, a Igreja nos convida, de forma especial, à conversão. Somos chamados ao silêncio, a oração, a penitência e a prática da caridade, nos preparando para, com coragem, vivermos a Semana Santa, que nos recorda os últimos dias de Jesus e é período mais importante do calendário litúrgico, já que esses dias são marcados por sua paixão, morte e ressurreição.
A cada passo que damos ao lado de Jesus, desde o seu nascimento e por toda a sua vida pública, renovamos e fortalecemos a nossa fé. A cada passo que damos ao lado de Jesus, na semana santa, até a Páscoa, não só renovamos a nossa fé, como temos a oportunidade de perceber e viver com Ele o grande mistério do amor de Deus por nós.
A Semana Santa tem uma simbologia toda própria. O Objetivo desses símbolos é de tornar visível a beleza das celebrações que manifestam o Mistério da Salvação.
Os principais símbolos são a cruz, o cordeiro, os ramos, o pão e vinho e o círio pascal.
A cruz, local de punição, se tornou para os que crêem, em um sinal de amor e reconciliação de Deus com a humanidade. Claramente, a cruz nos é importante porque é a marca de nossa salvação, dada por Jesus. São João Paulo II disse que ela é “sinal de um amor sem limites”. Quando fazemos o sinal da cruz sobre nosso corpo, nos colocarmos sob a proteção de Deus, que é Uno e Trino.
Cordeiro: No Antigo Testamento, um cordeiro era oferecido por quem se arrependia de seus pecados. O cordeiro tomava o lugar dessa pessoa. Quando morreu na cruz, Jesus tomou nosso lugar, como o cordeiro sacrificado, o cordeiro de Deus, que tirou o pecado do mundo.
Ramos: Nos lembram a festa do reconhecimento de Jesus como o filho de Deus.
O pão e o vinho: Na última ceia, na noite em que ia ser entregue, Jesus, ofereceu a Deus Pai o seu Corpo e Sangue sob as espécies do Pão e do Vinho, e os entregou para os Apóstolos para que os tomassem, mandando-lhes também oferecer aos seus sucessores. Nesta missa da Ceia do Senhor, faz-se a memória da instituição da Eucaristia e do Sacerdócio.
O Círio Pascal, aceso na noite da Vigília pelo fogo novo, representa a luz de Cristo que vence as trevas e faz brilhar sobre os homens a verdadeira esperança.
Celebrando a Semana Santa no Loreto
A Semana Santa não é feriado prolongado. Como já foi dito, é o período mais importante do nosso calendário litúrgico, que nos recorda Aquele que, Condenado à morte na cruz e sepultado, ressuscitou três dias após, num domingo. A ressurreição de Jesus Cristo é o ponto central e mais importante da fé cristã. Através da sua ressurreição, Jesus prova que a morte não é o fim e que Ele é verdadeiramente o Filho de Deus. O temor dos discípulos em razão da morte de Jesus, na Sexta-feira, transforma-se em esperança e júbilo. É a partir deste momento que eles adquirem força para continuar anunciando a mensagem do Senhor, e, é assim que deve ser conosco.
No Loreto, as celebrações da Semana Santa, são marcadas pela simplicidade que contrasta com uma beleza escondida, mas que paira no ar. São momentos de fortes emoções.
Abaixo um roteiro explicado pelo nosso querido padre, Luiz Antonio:
A semana santa começa no Domingo de Ramos que esse ano será no dia 14 de abril. Como no sábado anterior se celebram as missas de domingo, então a cerimonia começa no sábado à tarde com a missa das 18h30.
A cerimônia dos ramos está dividida em duas partes: a primeira parte é a benção e a procissão de ramos que recordam a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém. Canta-se algum hino de alegria, de exultação como, por exemplo, “Hosana hei”. Após a procissão há a segunda parte que começa com a liturgia da palavra, da paixão de Jesus. Saímos do clima de alegria, de exultação e de festa, para um clima de recolhimento, de atenção, para podermos participar bem do mistério da paixão, morte e ressurreição de Jesus.
Na segunda feira da semana santa, é costume em nossa paróquia após a missa das 19h30, haver uma reflexão pertinente sobre a semana santa. O palestrante vai explicar aos presentes, algum sentido da Semana santa em si, ou de algo relacionado a essa semana.
Na terça feira costumamos fazer, no pátio das mangueiras, uma Via Sacra, acompanhando o mesmo roteiro que é o roteiro da Via Sacra da quaresma, que segue o do livrinho da Campanha da Fraternidade.
Na quarta feira, fazemos a tradicional procissão do encontro. Por se tratar de uma cidade grande, com uma complexidade de questões a serem resolvidas para se realizar uma procissão, nós fazemos uma um pouco mais simples. As mulheres, com a imagem de Nossa Senhora das Dores saem do CEPAR e os homens com a imagem do senhor dos passos, saem do portão principal do Loretão e os dois grupos caminham até se encontrarem na frente do Santuário, onde ocorre o sermão do encontro, marcando esse dia já, bem próximo do tríduo sacro.
Na quinta feira Santa celebra-se a última ceia, o lava pés, a instituição da eucaristia e do sacerdócio. Uma missa a noite, então todas essas realidades são vividas de maneira solene. Ao final da Missa se faz o translado do Santíssimo sacramento para o altar principal do santuário. A partir desse momento, vários grupos que são convidados previamente vão de hora em hora fazer a sua adoração ao Santíssimo Sacramento, que nós chamamos comumente de Vigília do Horto, lembrando Jesus e seus discípulos no jardim das oliveiras, aguardando em oração a chegada daqueles que o iriam prender. Essa adoração dura até uma hora antes da celebração litúrgica da sexta feira da paixão.
A Sexta Feira Santa, às 15h, celebramos no Loretão, a Paixão e Morte de Jesus, com a leitura da narração da Paixão do Senhor, seguida da oração universal, a adoração da cruz e com a comunhão. Neste dia não há missa.
Após a celebração litúrgica da paixão, participamos em frente à igreja, do Teatro da Paixão, que é montado pelo grupo de teatro da paróquia, geralmente fazendo uma ligação entre o tema da campanha da fraternidade que esse ano é fraternidade e políticas públicas com a paixão e morte e ressureição de Jesus. Nos últimos anos tivemos a alegria e a felicidade de ver apresentações belíssimas e muito bem situadas na realidade daquela época e na nossa realidade atual.
Após esse teatro, temos a grande Procissão do Senhor Morto que sai pelas ruas de nossa paróquia descendo a ladeira da freguesia, atravessando o largo da freguesia, seguindo pela Tirol, virando a esquerda na Com. Rubens Silva, pegando um pequeno trecho da Estrada dos Três Rios, dobrando a direita na Xingu e depois a esquerda na Araguaia, atravessando a Geremário Dantas e subindo novamente a ladeira da igreja, quando se encerra toda a atividade daquele dia.
O Sábado Santo é marcado pela vigília pascal. Vigília que tem os momentos da celebração do fogo e da luz, o anúncio da pascoa, depois as sete leituras com seus respectivos salmos (sete leituras do antigo testamento narrando aspectos importantes da história da salvação), depois temos o canto do glória, a leitura do novo testamento, a proclamação com o canto solene do aleluia, que volta a ser utilizado na liturgia, depois o evangelho, e nessa missa costuma acontecer o batizado de jovens e adultos, vários fazem a sua primeira comunhão e um ou outro recebe o sacramento da crisma. Após segue normalmente a celebração até o seu término.
Domingo de Páscoa celebramos essa grande festa, a maior de todas as festas da nossa liturgia católica, nos horários normais de domingo. Fecha-se assim esse ciclo e podemos aproveitar muito bem seus frutos e leva-los pelo resto do ano e porque não dizer pelo resto da vida.
Padre Luiz Antonio, CRSP.
Saber, nunca é demais:
Durante o tempo pascal não rezamos o Angelus, que é uma oração que medita o mistério da ENCARNAÇÃO de Jesus.
No tempo pascal, até o dia de Pentecostes, essa oração é substituída pelo Regina Coeli, que medita junto a Mãe de Deus, a alegria da RESSURREIÇÃO de Jesus.
Também é rezado três vezes, consagrando o nosso dia a Deus. Ao amanhecer, ao meio-dia e ao entardecer.
V. Rainha do Céu, alegrai-vos, Aleluia!
R. Porque Aquele que merecestes trazer em Vosso ventre, Aleluia!
V. Ressuscitou como disse, Aleluia!
R. Rogai por nós a Deus, Aleluia!
V. Exultai e alegrai-vos, ó Virgem Maria, Aleluia!
R. Porque o Senhor ressuscitou verdadeiramente, Aleluia!
Oremos:
Ó Deus, que Vos dignastes alegrar o mundo com a Ressurreição do Vosso Filho Jesus Cristo, Senhor Nosso, concedei-nos, Vos suplicamos, que por sua Mãe, a Virgem Maria, alcancemos as alegrias da vida eterna. Por Cristo, Senhor Nosso. Amém.
Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo, como era no princípio agora e sempre. Amém. (Três vezes).