Refugiados
Um dia tudo parecia normal. As pessoas acordaram de manhã para trabalhar, estudar, ir às compras, enfim, tocar a vida. Mas algo estava diferente, as emissoras de TV, rádio, internet falavam de uma greve de caminhoneiros que estava parando o país. Na verdade, todos sabiam da greve, estava nos noticiários da véspera, mas ninguém imaginava as proporções que tomaria o movimento.
Naquele dia que tudo parecia normal, não teve ônibus, não teve combustível para os carros, não teve aulas nas escolas, empresas não funcionaram. Os supermercados estavam desabastecidos, em muitos lugares as pessoas não tinham onde comprar gás de cozinha. Aeroportos cancelaram voos e os governos decretaram ponto facultativo. Vimos morrer animais por falta de ração, vimos as ações de importantes empresas do pais caírem vertiginosamente, na bolsa de valores.
Naquele dia a sensação era de que mais um dia como aquele seria insuportável. Mais um dia naquelas condições, seria o caos.
Esse relato, sobre a greve dos caminhoneiros do Brasil ocorrida o final de maio, e que este artigo não pretende tecer comentários contra ou a favor, não é nem de longe comparação para o que vive milhões de pessoas em várias partes do mundo. Não é comparação, mas demonstra de certa forma, a posição de impotência a que qualquer pessoa pode, de uma hora para outra ser colocada.
Assim é a história de muitos refugiados pelo mundo. Muitas vezes imaginamos os refugiados como pessoas muito pobres, que viviam em situação de miséria em países em guerra e que saíram pelo mundo em busca de oportunidade. Imaginamos errado! Pois a maioria dessas pessoas eram “pessoas normais”, iguais a mim e a você. Elas tinham casa, família, emprego, cachorrinho de estimação, mas em um dado momento, se deram conta que tinham perdido tudo.
Muitos dos milhares de imigrantes e refugiados que chegam às portas da europa estudavam em universidades ou tinham bons empregos antes de serem forçados ao exílio devido à guerra.
É sobretudo o caso dos refugiados da Síria, país que possuía um dos melhores sistemas educacionais do Oriente Médio antes da guerra civil. Muitos deles, buscam um local onde possam recuperar sua qualidade de vida.
IMIGRANTES E REFUGIADOS
Milhares morrem no Mediterrâneo
A Síria se parecia muito com qualquer país europeu antes da guerra, com um nível de vida relativamente alto e uma população com um bom nível de educação. Claro que havia pobres, mas, em geral, o país se destacava na região.
Aqui no Brasil, temos algumas histórias de sucesso de pessoas vindas do oriente médio, que enfrentaram todo tipo de dificuldades, como a barreira da língua e a disputa pelo emprego. Algumas empresas dão emprego a refugiados da Síria, Paquistão, Palestina etc., como é o caso da Rede Akki, em SP.
O número de refugiados do Oriente Médio para o Brasil é relativamente pequeno, frente à Europa. Mas nós temos aqui um grave problema a ser resolvido, que é a chegada de milhares de imigrantes e refugiados da Venezuela.
De acordo com Polícia Federal, em 2017 foram registrados mais de 20 mil pedidos de refúgio por venezuelanos. Um recorde de solicitações nos últimos anos. Nem todos os venezuelanos são considerados refugiados porque o refúgio é concedido àqueles que sofrem perseguições políticas, étnicas e religiosas. Mas muitos já pedem esse visto porque ao conseguir apenas o documento de solicitação já podem emitir documentos e trabalhar legalmente no Brasil.
O governo brasileiro está transferindo desde abril, parte dos refugiados venezuelanos que estão em Roraima para outros. Já foram abertas 860 vagas em São Paulo, Paraná e Espírito Santo. Com a chegada de 450 venezuelanos por dia, estima-se que já existam hoje cerca de 40 mil refugiados apenas em Boa Vista, capital de Roraima. Os 300 primeiros a serem transferidos já estão sendo cadastrados e vacinados, uma vez que lá tem registrado casos de sarampo que chegaram com esses imigrantes. A prioridade será dada aos que estão em situação de rua, depois serão atendidos, gradativamente, os que estão em abrigos públicos.
Muitos países fecharam suas fronteiras e há aqueles que estão em vista da construção de muralhas para impedir que estrangeiros adentrem suas terras. Os governos separam caso a caso, os que conseguem entrar. As Pessoas são classificadas como refugiados e imigrantes. Temos também os asilados, mas estes normalmente não migram nas mesmas condições dos outros.
Vamos entender a diferença entre Refugiados e Imigrantes:
1. Quem são os refugiados?
(VEJA.com/VEJA/VEJA)
De forma resumida, refugiados são pessoas que deixam seus países para escapar da guerra e da perseguição, e podem provar isso de alguma forma. A Convenção de Refugiados de 1951, realizada após a II Guerra Mundial, define refugiado como uma pessoa que por medo de ser “perseguida por motivos raciais, religiosos, de nacionalidade ou por fazer parte um grupo social ou ter determinada opinião política não está disposto a se colocar sobre a proteção daquele país”.
Os refugiados são denominados dessa forma para sua própria proteção, de acordo com a Convenção de 1951 e outros acordos internacionais. Uma vez na Europa, os refugiados podem solicitar asilo político ou outro tipo de proteção, algumas vezes temporários. Pela lei, os refugiados não podem ser enviados de volta a países onde suas vidas são ameaçadas.
2. Quem são os imigrantes?
(Laszlo Balogh/Reuters)
Qualquer pessoa que se muda de um país a outro é considerado imigrante, a não ser que esteja fugindo de guerras ou perseguição. Imigrantes podem estar fugindo da pobreza, ou estar simplesmente buscando por melhores oportunidades. Podem também se mudar para se juntar a seus parentes.
Os países são livres para deportar imigrantes que chegam ao seu território sem documentos atualizados, coisa que não podem fazer com os refugiados desde a Convenção de 1951. Dessa forma, não é surpreendente que os políticos europeus prefiram se referir a todas as pessoas que chegam a seu continente como imigrantes. (Fonte: Veja.com)
20/6 é a data que a ONU instituiu como o Dia Mundial do Refugiado, com o objetivo de conscientizar os governos e as populações para o problema grave dos refugiados. É importante que cada um de nós esteja de prontidão para atuar sempre em favor da vida humana, em auxilio ao próximo, buscando ações que possam melhorar as condições de vida de todas as pessoas. Esse é o nosso papel como cristãos e pessoas de bem. Quisera um mundo sem fronteiras. Quisera um mundo sem guerras e sem fome. Quisera pudéssemos simplesmente viver, cada um em seu próprio país, com suas características, hábitos e costumes, mas não sendo nada disso possível, que possamos ajudar aqueles que nos baterem à porta.
Ana Clébia – Pascom