Profissão de Fé – set2017
Creio no perdão dos pecados
(continuação)
O poder das chaves
Só Deus tem o poder de perdoar os pecados, então antes de voltar ao Pai, Cristo conferiu aos Apóstolos seu próprio poder de perdoar os pecados, o Senhor também lhes dá a autoridade de reconciliar os pecadores com a Igreja. A reconciliação com Igreja é inseparável da reconciliação com Deus.
Jesus diz a Pedro: “Eu te darei as chaves do Reino dos Céus, e o que ligares na terra será ligado nos céus, e o que desligares na terra será desligado nos céus” (Mt 16,19). Ele como rocha recebe este poder, consta que também foi dado ao colégio dos Apóstolos, unido a seu chefe (Cf. Mt 18,18; 28,16-20).
Não há pecado algum, por mais grave que seja que a Igreja não possa perdoar. Assim não existe ninguém, por mau e culpado que seja que não deva esperar com segurança seu perdão, desde que seu arrependimento seja sincero.
Além dos sacramentos do Batismo e da Penitência, Jesus na Última Ceia instituiu o sacramento da Eucaristia e em Mt 26,28 lemos: “Pois isto é o meu sangue, sangue da Aliança, que é derramado por muitos para remissão dos pecados”. E “Toda vez que o recebermos, anunciamos a morte do Senhor” (Cf. 1 Cor 11,26). Se, toda vez que o seu Sangue é derramado, o é para a remissão dos pecados, devo recebê-lo sempre, para que perdoe sempre os meus pecados. Eu que sempre peco, devo ter sempre um remédio (Stº Ambrósio).
Ao comungarmos a vida da graça recebida no Batismo e na Crisma é conservada, aumentada e renovada, fortificando-nos na caridade que, na vida diária tende a arrefecer. Mas essa caridade vivificada nos faz crescer no amor para como o próximo e apaga os pecados veniais e nos preserva de futuros pecados mortais.
Ao dar-se a nós, Cristo reaviva nosso amor e nos torna capazes de romper as amarras desordenadas com as criaturas e de enraizar-nos nele. Quanto mais participamos da vida de Cristo e quanto mais progredirmos em sua amizade, tanto mais difícil nos separar dele pelo pecado mortal, lembrando que Eucaristia não é destinada a perdoar pecados mortais. Isso é próprio do sacramento da Reconciliação. É próprio da Eucaristia ser o sacramento daqueles que estão na comunhão plena da Igreja.
Os sacramentos são meros instrumentos dos quais Nosso Senhor, único autor e dispensador de nossa salvação, se apraz em se servir para apagar nossas iniquidades e dar-nos a graça da justificação.
Os sacerdotes recebem um poder que Deus não deu nem aos Anjos nem aos Arcanjos. Deus sanciona lá no alto tudo o que os sacerdotes fazem aqui embaixo (S. João Crisóstomo).
Se na Igreja não existisse a remissão dos pecados não existiria nenhuma esperança, nenhuma perspectiva de uma vida eterna e de uma libertação eterna. Demos graças a Deus, que deu à sua Igreja tal dom (Stº Agostinho).
Jane do Tércio