Profissão de Fé – Jan2018
Creio na vida eterna
Ao morrer, o cristão vê a morte como um caminhar ao encontro de Jesus e uma entrada na Vida Eterna. A vida eterna começará logo depois da morte. Ela não terá fim, pois nossa alma é espiritual e como tal é imortal. Será precedida para cada um por um juízo particular por obra de Cristo, juiz dos vivos e dos mortos, e será sancionada pelo juízo final.
O Juízo Particular
O Novo Testamento afirma a retribuição, imediatamente depois da morte, de cada um em função de suas obras e de sua fé. A parábola do pobre Lázaro e a palavra de Jesus na cruz ao bom ladrão, assim como outros textos do Novo Testamento, fala de um destino ultimo da alma, que pode ser diferente para uns e outros.
Na morte, cada pessoa chega ao momento da Verdade. Nessa altura nada mais pode ser reprimido ou ocultado, nada mais pode ser alterado. Deus nos vê como somos. Talvez tenhamos de passar por um processo de purificação, no purgatório; talvez possamos entrar de imediato na felicidade do céu ou talvez estejamos tão cheios de maldade, de ódio que afastando a nossa face do amor de Deus para sempre, caímos na condenação eterna no inferno.
O Céu
O Céu é o fim último e a realização das aspirações mais profundas do homem, o estado de felicidade suprema e definitiva. Os que morrem na graça e na amizade de Deus, e que estão totalmente purificados, são reunidos em torno de Jesus e de Maria, dos anjos e dos santos. Formam a Igreja do céu.
Vivem para sempre com Cristo. São para sempre semelhantes a Deus, por que o vêem “tal como ele é” (1 Jo 3,2), face a face (1 Cor 13,12), vivem em comunhão de amor com a Santíssima Trindade, intercedendo por nós e ajudando nossa fraqueza por sua solicitude fraterna.
Por sua Morte e Ressurreição, Jesus Cristo nos “abriu” o Céu. A vida dos bem-aventurados consiste na posse em plenitude dos frutos da redenção operada por Cristo para os que creram nele e que ficaram fiéis à sua vontade.
Este mistério de comunhão bem-aventurada com Deus e com todos os que estão em Cristo supera toda compreensão e toda imaginação. A Escritura usa imagens tais como: vida, luz, paz, festim de casamento, vinho do Reino, casa do Pai, Jerusalém celeste, Paraíso, mas como diz São Paulo na 1 Cor 2,9: “O que os olhos não viram, os ouvidos não ouviram e o coração do homem não percebeu, isso Deus preparou para aqueles que o amam”.
Por ser Deus transcendente, Ele só poderá ser visto tal como é quando Ele mesmo abrir seu mistério à contemplação direta do homem e o capacitar para tanto. Esta contemplação de Deus em sua glória celeste é o que a Igreja chama de “visão beatífica”.
A purificação final ou Purgatório
O Purgatório frequentemente imaginado como um lugar é antes um estado dos que morrem na graça e na amizade com Deus, mas, embora seguros de sua salvação eterna, passam depois de sua morte, por uma purificação necessária a fim de se santificarem para poderem entrar na bem-aventurança celeste. Lembremos que a purificação final dos eleitos no purgatório é completamente distinta do castigo dos condenados.
Sobretudo nos concílios de Florença e de Trento, a Igreja formulou a doutrina da fé relativa ao purgatório, baseando-se em trechos da Sagrada Escritura, de onde tira o ensinamento da pratica da oração pelos defuntos. Assim lemos em 2Mc 12,46: “Eis por que ele (Judas Macabeu) mandou oferecer esse sacrifício expiatório pelos que haviam morrido, a fim de que fossem absolvidos de seus pecados”.
Quando uma pessoa morre, não pode fazer mais nada por si. O tempo da prova expirou. O Senhor olha-nos cheio de amor e nós sentimos uma ardente vergonha e um arrependimento pelo nosso comportamento mau.
Desde os primeiros tempos da Igreja, ela honrou a memória dos defuntos e em virtude da Comunhão dos Santos, os fiéis ainda peregrinos nesta terra podem ajudar as almas do purgatório, oferecendo por elas orações de sufrágio, em particular o Sacrifício Eucarístico, mas também esmolas, indulgências e obras de penitência.