Profissão de Fé – fev2018
O Inferno
O Inferno é o estado de autoexclusão definitiva da comunhão com Deus e com os bem-aventurados. É o estado da eterna separação de Deus, a absoluta ausência do amor. A pena principal do inferno consiste na separação eterna de Deus, em quem unicamente o homem tem vida e a felicidade para as quais foi criado e às quais aspira.
Quem morre em pecado grave, pleno de consciência e vontade, por livre escolha, por livre opção, e sem disso se arrepender, rejeitando o amor de Deus, que perdoa com misericórdia, exclui-se para sempre da comunhão com Deus e com os santos. Concluímos que não é Deus que condena o ser humano: é o próprio ser humano que, por livre vontade, rejeita o amor misericordioso de Deus e consequentemente a Vida eterna.
Jesus fala muitas vezes na “Geena”, do “fogo que não se apaga” (Cf. Mt 5,22.29; 13,42.50; Mc 9,43-48), reservado aos que recusam até o fim de sua vida crer e converter-se, e no qual se pode perder ao mesmo tempo a alma e o corpo (Cf. Mt 10,28). Cristo exprime essa realidade com as palavras: “Afastai-vos de mim, malditos. Ide para o fogo eterno”.
As afirmações da Sagrada Escritura e os ensinamentos da Igreja acerca do Inferno são um chamado à responsabilidade com a qual o homem deve usar de sua liberdade em vista de seu destino eterno. Constitui também um apelo insistente à conversão. A Igreja adverte os fiéis acerca da “triste e lamentável realidade da morte eterna” (DCG 69-Diretório Catequético Geral).
Deus, embora desejando “que todos venham a converter-se” (2 Pe 3,9), todavia, tendo criado o homem livre e responsável, respeita as decisões dele, mesmo quando em vez de optar por ele, escolhe o Inferno.
Se for verdade que ninguém pode salvar-se a si mesmo, também é verdade que “Deus quer que todos sejam salvos” (1 Tm 2,4), e que para Ele “tudo é possível” (Mt 10,26).
Não sabemos, é certo, se alguém no momento da morte, contemplando o Amor absoluto, consegue, tem coragem ou pode realmente dizer “não”. A nossa liberdade possibilita tal decisão. Apenas desejamos que no Inferno haja poucas almas…
O Juízo Final
A ressurreição de todos os mortos, “dos justos e dos injustos” (At 24,15), antecederá o Juízo Final (universal). O Senhor Jesus voltará na Sua Glória, com todos os anjos, e serão reunidas em sua presença todas as nações; e toda a Sua Luz incidirá sobre nós.
Ele retornará como juiz dos vivos e dos mortos. A Verdade será definitivamente desvendada, os nossos pensamentos, as nossas ações, a nossa relação com Deus e com os outros. Já nada ficará escondido. Conheceremos o sentido último de toda a criação e de toda a economia da salvação, e compreenderemos os caminhos admiráveis pelos quais sua providência terá conduzido tudo para seu fim último. O Juízo Final revelará que a justiça de Deus triunfa de todas as injustiças cometidas por suas criaturas e que seu amor é mais forte que a morte (Cf. Ct 8,6).
A santíssima Igreja romana crê e confessa firmemente que no dia do juízo todos os homens comparecerão com seu próprio corpo diante do tribunal de Cristo para dar contas de seus próprios atos.
O Juízo Final há de revelar até as últimas consequências o que um tiver feito de bem ou deixado de fazer durante sua vida terrestre. Aqui se decidirá se despertamos para a Vida eterna ou se somos separados de Deus para sempre. Se iremos para a Vida Eterna ou para o castigo eterno.
Depois desse Juízo final, o corpo ressuscitado participará da retribuição que a alma teve no juízo particular. O Juízo Final acontecerá por ocasião da volta gloriosa de Cristo. Só o Pai conhece a hora e o dia desse Juízo.
O Juízo Final inspira o santo temor de Deus. Compromete com a justiça do Reino de Deus. Anuncia a “bem-aventurada esperança” (Tt 2,13) da volta do Senhor.
Jane do Tércio
Continua na próxima edição