Profissão de Fé – Creio no Espírito Santo
O Espírito Santo é a Terceira Pessoa da Santíssima Trindade, portanto devemos adorá-lo do mesmo modo que adoramos o Pai e o Filho. Ele é consubstancial ao Pai e ao Filho “e como o Pai e o Filho é adorado e glorificado”. Afirmação do Símbolo Niceno-Constantinopolitano.
São Gregório Nazianzeno explica que “na época do Antigo Testamento, quando ainda não se confessava a divindade do Pai, proclamar abertamente o Filho e, quando a divindade do Filho ainda não era admitida, acrescentar o Espírito Santo, não era prudente”. O povo estava ainda muito ligado à ideia de um só Deus e não teria sido capaz de entender que realmente só há um Deus, mas em três Pessoas.
No Catecismo da Igreja Católica podemos ver que a Igreja é o lugar de nosso conhecimento do Espírito Santo, pois ela transmite a fé dos apóstolos:
- Nas Escrituras que ele inspirou;
- Na Tradição, da qual os Padres da Igreja são as testemunhas sempre atuais;
- No Magistério da Igreja, ao qual ele assiste;
- Na Liturgia sacramental, por meio de suas palavras e de seus símbolos, na qual o Espírito Santo nos coloca em comunhão com Cristo;
- Na oração, na qual Ele intercede por nós;
- Nos carismas e nos ministérios, pelos quais a Igreja é edificada;
- Nos sinais de vida apostólica e missionária;
- No testemunho dos santos, no qual ele manifesta sua santidade e continua a obra de salvação.
A missão conjunta do Filho e do Espírito
O Espírito foi enviado aos nossos corações: “E porque sois filhos, enviou Deus aos nossos corações o Espírito de seu Filho, que clama Abba, Pai” (Gl 4,6). Desde o início até o fim dos tempos, quando o Pai envia seu Verbo, envia também o seu Sopro. A missão dos dois é conjunta e inseparável. É Cristo que aparece, ele, a Imagem visível do Deus invisível; mas é o Espírito Santo que o revela.
O Filho de Deus é consagrado: Cristo, Messias, Ungido pela unção do Espírito Santo em sua Encarnação. Quando Cristo é glorificado pode, de junto do Pai, enviar o Espírito Santo aos que creem nele.
O nome, as denominações e os símbolos do Espírito Santo.
O nome próprio do Espírito Santo
O nome próprio da Terceira Pessoa Divina é Espírito Santo, embora Espírito e Santo sejam atributos divinos que as três Pessoas Divinas possuem. Mas quando dizemos Espírito Santo, a Escritura, a Liturgia e a linguagem teológica se referem a Terceira Pessoa da Trindade.
As denominações do Espírito Santo
Antes de sua morte, Jesus prometeu aos discípulos que lhes enviaria um outro “Paráclito” (Jo 14,16), isto é, “Advogado”, “Consolador”, “Espírito de Verdade”.
São Paulo nas Epístolas e S. Lucas no Atos dos Apóstolos usam outras denominações. Assim temos: o Espírito da promessa (Gl 3,14; Ef 1,13), o Espírito de adoção (Rm 8,15; Gl 4,6), o Espírito de Cristo (Rm 8,11), o Espírito do Senhor (2 Cor 3,17), o Espírito de Deus (Rm 8,9.14; 15,19; 1 Cor 6,11; 7,40) e S. Pedro, o Espírito de glória (1 Pd 4,14).
Os símbolos do Espírito Santo
A simbologia do Espírito Santo é muito rica e significativa assim temos:
A água – este simbolismo é significativo da ação do Espírito Santo no Batismo. É água viva, que brota do coração traspassado de Cristo e sacia os batizados. O Batismo nos concede a graça do novo nascimento em Deus Pai por meio de seu Filho no Espírito Santo, ou seja, só chegamos ao Pai pelo Filho através do Espírito Santo.
A unção – tal simbolismo é bastante significativo do Espírito Santo, é sinônimo dele. É sinal do sacramento da Confirmação, pois nele somos ungidos. A palavra Ungido em hebraico é Messias e, em grego Cristo. Jesus é o Ungido por excelência, de uma forma única. O Antigo Testamento fala de outros ungidos, por exemplo, o Rei Davi. No Novo Testamento em diversos momentos vemos a ação do Espírito Santo, por exemplo: a Virgem Maria concebe Cristo do Espírito Santo; o anjo o anuncia como Cristo por ocasião do seu nascimento. Simeão é levado por Ele ao Templo para ver o Cristo. É o Espírito Santo quem plenifica o Cristo, é o poder dele que sai de Cristo em seus atos de cura e de salvação. É finalmente ele que ressuscita Jesus dentre os mortos. (Cf. Rm 1,4; 8,11).
O fogo – enquanto água significa o nascimento e a fecundidade da Vida dada no Espírito Santo, o fogo simboliza a energia transformadora dos atos do Espírito Santo que transforma aquilo que toca. No domingo de Pentecostes o Espírito Santo pousa sobre cada um dos discípulos sob a forma de línguas “que se diriam de fogo” (At 2,3-4) e os enche de Sí. Este simbolismo do fogo é dos mais expressivos da ação do Espírito Santo.
A nuvem e a luz – na nuvem ora escura ora luminosa se revela a glória divina. Na Sagrada Escritura, em diversos momentos, encontramos a nuvem, revelando o Deus vivo e salvador: com Moisés: no Sinai, na Tenda de Reunião, no deserto; com Salomão por ocasião da dedicação do Templo, isto para citar no Antigo Testamento. No Novo Testamento, com a Virgem Maria quando a cobre com sua sombra para que ela conceba e dê à luz a Jesus. No monte da transfiguração envolve Elias, Moisés, Pedro, Tiago e João e da Nuvem sai uma voz que diz: “Este é meu Filho, o Eleito, ouvi-o sempre” (Lc 9,34-35). Com Jesus no dia da Ascensão a Nuvem o encobre da vista dos discípulos e também será ela que revelará o Filho do Homem em sua glória no Dia da sua Vinda.
O selo – é um símbolo próximo ao da unção (Cf. 2 Cor 1,22). O selo imprime o caráter na unção dos sacramentos do Batismo, Confirmação e Ordem que não podem ser repetidos.
A mão – a imposição das mãos pela qual é dado o Espírito Santo. Jesus impôs as mãos curando doentes e abençoando crianças. (Cf. Mc 6,5; 8,23; 10,16). Os apóstolos repetirão este gesto. Momentos antes da Consagração, na celebração eucarística, o celebrante impõe as mãos invocando a ação do Espírito Santo e nós nos ajoelhamos em sinal de adoração.
O dedo – “é pelo dedo de Deus que Jesus expulsa os demônios” (Lc 11,20). Fazendo um paralelo, podemos dizer que a Lei de Deus foi escrita em tábuas de pedra “pelo dedo de Deus (Ex 31,18) e a “letra de Cristo” é escrita com o Espírito de Deus vivo em tábuas de carne, nos corações (2 Cor 3,3).
A pomba – ela aparece no Antigo Testamento quando Noé a solta e ela retorna com um ramo de oliveira no bico, mostrando que a terra estava novamente habitável após o dilúvio. No Novo Testamento temos a pomba que desce sobre Jesus logo após o seu Batismo, permanecendo sobre Ele. A iconografia cristã costuma representar o Espírito Santo como uma pomba.