Os Mistérios da Vida Pública de Jesus – Jesus abraça livremente o amor redentor do Pai
O seu sofrimento e a sua morte manifestam que sua humanidade é o instrumento livre e perfeito do seu amor divino que quer a salvação de todos os homens (Hb 2,10.17-18).
Jesus aceitou livremente sua Paixão e sua Morte por amor de seu Pai e dos homens, que o Pai quer salvar. “Ninguém me tira a vida, mas eu a dou por própria vontade. Tenho o poder de dar e o poder de retomá-la; foi esta a ordem que recebi de Meu Pai” (Jo 10,18). Jesus explica a vontade livre com que Se entrega à morte para o bem do Seu rebanho. Cristo, por ter recebido pleno poder, tem liberdade para Se oferecer em sacrifício expiatório, e submete-Se voluntariamente ao mandato do Pai num ato de perfeita obediência.
Em Jo 13,1: “…tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim” Isto indica a intensidade do amor de Cristo, que vai até dar a Sua vida (Jo15,13); mas esse amor não termina com a Sua morte, porque Ele vive, e desde a Sua ressurreição gloriosa continua a amar-nos infinitamente.
Na ceia, Jesus antecipou a oferta livre de sua vida
Na Última Ceia Cristo antecipou miraculosamente, de modo incruento, a Sua própria Paixão e Morte. Cada Missa que se celebra desde então renova o Sacrifício do Salvador na Cruz. Em cada Missa volta Jesus Cristo a dar o Seu Corpo e o Seu Sangue, oferecendo-Se a Deus Pai em sacrifício pelos homens, como o fez no Calvário. Existe uma diferença clara: na Cruz entregou-Se com derramamento do Seu Sangue, no altar o faz de modo incruento.
Em Lc 22,19 lemos: Tomou então o pão e, depois de dar graças, partiu-o e lhes deu, dizendo: “Isto É o meu corpo, que é DADO por vós. Fazei isto em memória de mim” (o grifo é nosso) e em Mt26,27-28 “Tomou depois um cálice, deu graças e passou-o a eles, dizendo:” Bebei dele todos, pois este É o meu sangue da nova Aliança, que é DERRAMADO por muitos, para remissão dos pecados” (grifo é nosso). Nota-se nas frases ditas por Jesus que Ele não diz “aqui está o Meu corpo, nem isto é o símbolo do Meu corpo, mas ISTO É O MEU CORPO, ISTO É O MEU SANGUE, isto é, este pão já não é pão nem este vinho é mais vinho, mas o Meu Corpo e o Meu Sangue.
Jesus institui assim ao mesmo tempo a Eucaristia como memorial do seu sacrifício e os seus Apóstolos como sacerdotes da Nova Aliança (1 Cor 11,25).