JESUS, a verdadeira Páscoa
A capa da revista deste mês é bem sugestiva, pois nos faz lembrar alguns símbolos da Páscoa, muito queridos pelas crianças, que são os ovos de chocolate e os coelhinhos.
Como quase tudo que é tradição tem fundamento na Igreja, pelo menos na origem, não é diferente com esses símbolos, hoje tão comerciais.
O ovo traz a ideia de uma nova vida. Os cristãos primitivos do Oriente foram os primeiros a dar ovos coloridos na Páscoa simbolizando a ressurreição, o nascimento para uma nova vida. Nos países da Europa costumava-se escrever mensagens e datas nos ovos e doá-los aos amigos. Em outros países, como na Alemanha, o costume era presentear as crianças. Na Armênia decoravam ovos ocos com pinturas de Jesus, Nossa Senhora e outros temas religiosos.
Pintar ovos com cores da primavera (lá), para celebrar a páscoa, foi adotado pelos cristãos no século XVIII. A igreja doava aos fiéis os ovos bentos.
A substituição dos ovos cozidos e pintados por ovos de chocolate surgiu na França, quando os confeiteiros franceses enchiam os ovos vazios com chocolate para agradar às crianças.
Por sua vez, o coelho por sua grande fecundidade, tornou-se o símbolo mais popular da Páscoa. Ele simboliza a Igreja que, pelo poder de Cristo, é fecunda em sua missão de propagar a Palavra de Deus a todos os povos.
Nos dias de hoje, tendo sido tomados pelo comércio que incentiva o consumo desses símbolos, não por representarem o que de fato representam, mas pelos lucros, a igreja vem se afastando cada vez mais deles e existe até certo preconceito de algumas pessoas contra os que compram e dão aos filhos ovos de chocolate.
Na verdade, não há mal em se presentear quem amamos em ocasiões especiais. E a Páscoa é uma ocasião mais do que especial. O grande problema é quando nos deixamos levar pelo consumismo e dar ovos de chocolate para uma lista interminável de pessoas e passa a ser quase que uma obrigação. E pior, quando aquele que está recebendo o presente não conhece o seu real significado.
“Não podemos viver a Alegria da Ressurreição, sem passar pela Dor da Paixão”.
Entregar um ovo de chocolate a uma criança deve ser a última coisa a se fazer na Páscoa. Primeiro, devemos ensinar. Mostrar aos pequenos que cada passo dado durante toda a quaresma e na Semana Santa, nos leva ao encontro com a Alegria da Páscoa. Não podemos viver a Alegria da ressurreição sem passar pela dor da paixão. Então, nosso caminhar, participando das vias-sacras, indo às celebrações, participando das procissões, fazendo vigília, jejum, comendo peixe na sexta-feira, enfim cada detalhe deve ser sempre muito bem explicado aos pequenos, para que cresçam entendendo a fé que os pais professam e que um dia eles próprios hão de professar, com total liberdade, por conhecerem intimamente cada um desses gestos. Vivenciar a fé é a melhor catequese. Isso é papel da família.
Sem dúvida, a pedra removida, o sepulcro vazio, os lençóis no chão, podem representar muito melhor hoje em dia, o que de fato a Igreja deseja anunciar. A Páscoa irmãos, não pode se resumir a ovos e coelhinhos, pois para nós cristãos, Ela é a passagem de Jesus Cristo da morte para a vida: a Ressurreição. A passagem de Deus entre nós e a nossa passagem para Deus. É considerada a festa das festas, a solenidade das solenidades, e não se celebra dignamente senão na Alegria. E a grande alegria é poder comemorar a verdadeira páscoa.
Crer que Jesus ressuscitou e está vivo nos enche de esperança porque temos a certeza de que os grilhões da morte foram quebrados e com eles a certeza de que podemos alcançar o reino do céu e, a nova aliança de Deus conosco se consolidou.
Viver a verdadeira Páscoa é não só acreditar que Jesus Cristo ressuscitou, mas também querer ressuscitar juntamente com ele, deixar o homem velho para trás e ser um homem novo, renovado, restaurado, convertido. É se deixar transformar por Deus, buscando ser realmente sua imagem e semelhança. Por tudo isto se sente como a Páscoa não é apenas o centro de nossas comemorações litúrgicas, mas o centro de nossa vida.
Por tudo isso nenhuma inspiração é mais alta do que aquela que brilhou em Jerusalém na madrugada do terceiro dia: “Este é o dia em que o Senhor fez, dia de júbilo e de alegria”.
Feliz Páscoa!
Texto: Hélia Fraga e Ana Clébia – Pascom Loreto.