Open/Close Menu A Paróquia de Nossa Senhora de Loreto quer ser comunidade de fé e de amor. Reúne numerosíssimos fiéis em movimentos, serviços e pastorais, espaço de convivência, de fraternidade, de acolhimento e partilha. Quer oferecer oportunidade para aprimorar convivência cristã em torno da Palavra e dos serviços de ajuda aos mais necessitados. Lugar de um culto sempre mais aprimorado, de louvor e de cursos de formação.

aline_martinsQuem esteve no Shopping Downtown, na Barra da Tijuca, no último dia 24, com certeza percebeu, e estranhou, a quantidade de religiosos que circulavam pelo local e se reuniam em sua praça central com um mesmo objetivo: assistir a pré-estreia do filme “Irmã Dulce”, dirigido por Vicente Amorim e estrelado por Bianca Comparato, Regina Braga, entre outros atores consagrados. Vários padres, freiras e seminaristas, entre leigos e diversos convidados, puderam assistir ao aguardado filme sobre a vida da Beata Irmã Dulce, que tanto se doou e ajudou ao necessitado povo bahiano.

Ao lado de padres conhecidos de nossa comunidade, como o Pároco da Paróquia Nossa Senhora de Fátima no Pechincha, Monsenhor Jan Kaleta, e o atual Vigário Episcopal do Vicariato Jacarepaguá e Pároco da Paróquia de Santa Luzia no Gardênia Azul, Cônego Robert Josef, também tive o privilégio de conhecer um pouco mais e me encantar com a história da pequenina Irmã Dulce; tão frágil de saúde e tão gigante de coração.

O filme é baseado na biografia da Irmã e relata as principais situações que viveu e seus feitos mais importantes de forma verídica. Assim, entre situações mais gerais que provavelmente faziam parte de seu cotidiano e fatos reais que ajudaram a traçar seu caminho, toda a vida de Irmã Dulce passa diante de nossos olhos, através de duas excelentes atrizes, do tempo que corre de maneira forte e leve, de olhares profundos e de exemplos bem difíceis de esquecer. Impossível não lembrar dos olhares entre Irmã Dulce e um dos doentes que cuidava, ou entre um dos muitos meninos que tratava como seus filhos. Impossível não lembrar de seu desprendimento de pequenas coisas, às quais muitos de nós somos ainda tão apegados; impossível esquecer como ela colocava o bem estar dos doentes e necessitados acima de sua própria saúde e até mesmo da obediência que devia à Igreja Católica. Irmã Dulce contrariou médicos, políticos, o povo e suas próprias companheiras de convento, que achavam que ela não teria forças e não conseguiria o apoio suficiente para a realização de suas obras de caridade. Contrariou, inclusive, a Igreja e suas regras, e sofreu as devidas consequências. Mas, muito mais do que isso, ela conseguiu a aprovação e a simpatia de todo o povo da Bahia, que, ao longo dos anos e das tantas provas de sua entrega incessante, passou a chamá-la de “o anjo bom da Bahia”.

O medo de um filme piegas e com cenas exageradas para provocar a emoção do espectador logo foram substituídas por uma certeza: é impossível não se emocionar. O receio de assistir um filme produzido apenas para católicos e simpatizantes da Igreja Católica também foi morrendo aos poucos, a cada cena em que ela mesma, em um Estado de tantas religiões, apenas se preocupava em servir. Sendo essas ou não as intenções do diretor, “Irmã Dulce” é emocionante do início ao fim, simplesmente por mostrar de maneira tão explícita o que mais nos encanta, move e comove: o amor. De coisas tão pequenas a feitos tão grandes; de olhares a construções, “Irmã Dulce” nos envolve com um amor tão simples e tão enorme, capaz de comover, transformar e ultrapassar muitas barreiras, como certamente ela fez.

Para mim, ou para nós, que participamos da Comunidade de Loreto e que lutamos dia após dia para nos tornarmos seres humanos melhores, para nós mesmos, para Deus e o para o próximo, a hoje Beata Dulce – ou “Bem Aventurada Dulce dos Pobres” – é mais do que um exemplo, ou uma inspiração; é a certeza de que é possível, e de que a caridade é o próprio Amor, é o próprio Cristo. Muitas vezes nos perguntamos o que é o amor, onde ele está e qual é o segredo para vivê-lo verdadeiramente. “Irmã Dulce” nos mostra que ele está muito perto de nós, pois está dentro de nós. E nossa maior vocação é levá-lo a outros.

 Texto: Aline Martins

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