Espaço Teológico – Festa da Misericórdia
Estamos vivendo o espírito da Páscoa e a Igreja Católica, no segundo domingo da Páscoa, celebra a Festa da Divina Misericórdia. Ela foi instituída pelo Papa São João Paulo II. Esta festa teve origem na Polônia, em Cracóvia, através das experiências simbólicas de Santa Irmã Faustina Kowalska, e é hoje celebrada no mundo inteiro.
Santa Faustina, nasceu em Głogowiec, em 25 de agosto de 1905, faleceu muito jovem aos 33 anos. Entrou para a congregação das “Irmãs de Nossa Senhora da Misericórdia” aos 19 onde viveu até sua morte.
O padre Michal Supocko, que era seu confessor, pediu que ela escrevesse os seus diálogos espirituais. Isso resultou em centenas de páginas, que estão traduzidas em muitos idiomas: “o Diário de Santa Faustina”.
A Redenção é a prova da infinita misericórdia de Deus, onde vemos Jesus transpassado pela lança, de onde brota a água e o sangue. Ao olhar para o quadro a pessoa pode se aproximar com confiança do coração misericordioso que nos lava de nossos pecados (raio de luz branca – água) e nos imerge no amor de Deus (raio de luz vermelha – sangue).
Cristo ressuscitado nos ensina a necessidade da misericórdia e nos pede para praticar a caridade. Viver a fé nos impulsiona a levar a sério as palavras de Jesus: “Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia” (Mt 5,7). São os atos concretos, as ações concretas, as palavras de esperança e a oração que fazemos pelo nosso irmão são expressão de uma fé madura e são sinais da misericórdia de Deus chegando no próximo. “A misericórdia é a compaixão que o nosso coração experimenta pela miséria alheia, que nos leva a socorre-la”. (Santo Agostinho, Cidade de Deus, IX, 5).
Devemos crer na misericórdia que emana do Mistério Pascal: paixão, morte e ressurreição de Cristo. Lembremo-nos de que não é apenas nesse domingo, mas a Misericórdia com os irmãos deve ser praticada a cada instante de nossas vidas. Jesus Cristo é a primeira fonte da Misericórdia. A festa da Misericórdia só tem sentido se voltamos para casa mais misericordiosos.
“Ajuda-me, Senhor, que minhas mãos possam ser misericordiosas e cheias de boas ações. Eu só sei fazer o bem ao próximo, tomar sobre mim o trabalho mais pesado. Ajuda-me, que o meu pé possa ser misericordioso, para que eu possa correr para ajudar o meu próximo, vencendo a própria fadiga e cansaço. Meu verdadeiro descanso está a serviço dos outros. Ajuda-me, Senhor, que meu coração seja misericordioso, para que eu possa sentir em mim todos os sofrimentos dos outros…” (Santa Faustina, Diário, 163).
Michele Amaral