Fé e Política – “Opressão e egoísmo ou justiça e partilha: Qual o caminho para a paz?”
A paz se cria e se constrói na presença firme e inabalável da justiça. Sem ela, a justiça, não haverá nunca uma paz verdadeira e duradoura. E essa justiça passa, sobretudo, pela denúncia e combate a qualquer sistema opressor existente na sociedade. Esses são, sem sombra de dúvidas, os pilares que fundamentam a firme construção de um novo mundo: justo, fraterno e igualitário.
Trabalho escravo, exploração de menores, violência contra a mulher, corrupção, abuso de poder, miséria, fome e pobreza são consequências de um sistema social em que não há justiça. Toda essa exploração tem origem na opressão de um poder vigente, normalmente o capitalismo, de poucos sobre muitos. Um poder que oprime, esmaga e mata em nome do “deus dinheiro”. Um poder que, em pleno século XXI, trás ao seio da sociedade problemas que deveriam ter sido banidos há muito tempo. A falta de uma legislação em diversos países, como o Brasil, que puna com rigor a existência de trabalho escravo em seu contrato social é um grande exemplo disso.
A Constituição Brasileira, assim que foi promulgada, recebeu o apelido de constituição cidadã. Isso por incluir, em seu texto, dispositivos que protegem minorias e que zelam pela inclusão social de todos. Porém, infelizmente, a falta de regulamentações de diversos artigos fez com que esse apelido se tornasse distante da realidade social brasileira. Vide, por exemplo, a falta de coragem do nosso Congresso em regulamentar o IGF – imposto sobre grandes fortunas. Cabe aqui explicar que o “imposto” é uma espécie de tributo que tem a função de distribuir renda e patrimônio. Cobrar mais de quem tem mais e menos de quem tem menos.
Outro exemplo de como estamos distantes de uma verdadeira libertação dos regimes opressores que comandam a nossa sociedade é o nosso próprio código penal. A sua lógica não segue a defesa da vida acima de tudo, mas do patrimônio. Percebe-se claramente que as punições aos crimes contra o patrimônio possuem um rigor maior do que os crimes ou as ameaças à vida. Outro triste exemplo que justifica esse terrível e infeliz privilégio da defesa do patrimônio é a atuação das polícias estaduais em nosso país. As táticas de confronto e as práticas de extermínio das polícias militares, que agem sob a anuência ou a omissão das secretarias de segurança estaduais, revelam que o direito ao patrimônio e a criminalização da pobreza são valores primordiais dessa lógica opressora do lado “ilegal” do capitalismo. O que, provavelmente, justifica essa prática é uma tática eleitoral de tentar, usando o sangue de pessoas pobres que moram em favelas, enganar o cidadão passando a falsa impressão de que o estado está “lutando” para coibir a violência e tentar proteger o patrimônio do cidadão.
A solução para esse problema é a nossa participação ativa nos instrumentos de cidadania que a constituição nos oferece. Os conselhos municipais de fiscalização, as associações de moradores, os sindicatos e até mesmo os partidos políticos estão a nossa disposição para isso. Se não funcionam, certamente é porque estamos ausentes da participação desses instrumentos de transformação social. A perversidade dos sistemas opressores se alimenta da nossa omissão. Até quando iremos ficar inertes, calados e omissos diante de tanta violência, pobreza, miséria e opressão da nossa sociedade? Dessa forma, infelizmente, estaremos cada vez mais distantes da construção do Reino de Deus aqui na terra.
Vale muito a pena a sua leitura na íntegra… Leitura e reflexão da necessidade de irmos ao encontro do centro do Evangelho. De voltarmos as nossas atitudes para a construção da sociedade do bem viver e buscarmos, acima de tudo, a atitude da partilha e da solidariedade.
Segue o discurso na íntegra: http://www.robsonleite.com.br/discurso-do-papa-aos-movimen…/
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E vamos juntos construir um novo amanhã na política.
Robson Leite
(*) Robson Leite é professor, escritor, membro da nossa paróquia, Superintendente Regional do Ministério do Trabalho e Emprego no RJ e foi Deputado Estadual de 2011 a Janeiro de 2014.
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