Fé e Política – “O crescimento do conteúdo nacional nas TVs: avanços, riscos e desafios.”
* Robson Leite
O mercado de TV a cabo no Brasil registrou grande crescimento e passa por um momento muito especial, atingindo todo o ramo audiovisual, da dramaturgia até o cinema. Esta é a avaliação da Associação Brasileira de Produtoras Independentes de Televisão. Segundo a instituição, o crescimento foi mais rápido a partir da Lei 12.485, sancionada pelo governo federal, em 2011, que criou regras para o setor.
A lei determina que: as emissoras de TV têm que cumprir cotas de exibição de conteúdo nacional. Assim, a lei trouxe aumento significativo no número de produções nacionais na TV. Outro fator que contribuiu para o crescimento do setor foi o aumento do número de assinantes de TV a cabo, que ganhou consumidores das classes mais pobres, que tiveram uma melhoria da renda nos últimos anos. Dessa forma, se durante anos o número de assinantes de TV a cabo ficou estacionado em torno de 5 milhões de pessoas, agora, com o aumento de renda do trabalhador brasileiro, este número chega a 17 milhões de assinantes.
Com a nova lei e a entrada desses milhões de novos expectadores, o mercado de audiovisual mudou. O novo expectador também aumentou as exigências. Não pode ser mais qualquer conteúdo nacional. Com a cota de três horas e meia na programação que a nova lei determina, as produções nacionais são comparadas o tempo todo com as estrangeiras, donas de grandes orçamentos. Por isso, as produções brasileiras têm que evoluir na qualidade técnica e artística gerando, assim, mais postos de trabalho qualificados. Quando fui Deputado Estadual e presidi a Comissão de Cultura da Alerj, pautei diversas audiências públicas sobre esse tema, pontuando esses benefícios, mas não deixando de apontar para os riscos, principalmente no quesito de propaganda infantil.
Não podemos esquecer que a TV atinge a todas as classes sociais e idades. A CNBB, em sua reunião ordinária de 2010, já falava que “a mídia deve estar a serviço da verdade e do bem”. Por isso, as emissoras de TV têm que também ser responsáveis com a sua programação, principalmente em relação ao público infantil. A propaganda infantil, por exemplo, é danosa, pois apenas ensina as nossas crianças os falsos valores do consumismo desenfreado que só destrói os valores cristãos que são indispensáveis para a construção do Reino de Deus aqui e agora.
(*) Robson Leite é professor, escritor, membro da nossa paróquia, funcionário concursado da Petrobras e foi Deputado Estadual de 2011 a Janeiro de 2014.
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