Espaço Teológico – Vigília Pascal – Mãe de todas as Vigílias
Esse mês, em nosso espaço de reflexão iremos refletir um pouco sobre a Vigília Pascal, também conhecida como a celebração da Luz, realizada na noite do Sábado Santo. Segundo a tradição neste dia a noite deve se fazer em memória à noite em que Cristo ressuscitou, deve ser considerada a Mãe de todas as santas Vigílias (Santo Agostinho). Pois nela, a Igreja se mantém de vigia à espera da Ressurreição do Senhor. A Vigília Pascal é o cume do ano litúrgico. Sua celebração se realiza de noite; mas de maneira a não terminar antes da aurora do Domingo. Com a proclamação da Páscoa (o canto do Exultem) e as leituras que temos nessa celebração relembramos todas as maravilhas que Deus realizou por nós desde a criação do mundo, como também a passagem do povo Hebreu para a Terra Prometida e de maneira singular a Ressurreição do Senhor. Por isso, essa é a solenidade mais importante da Igreja.
Esta celebração se divide em quatro partes: A primeira parte é liturgia da luz e da benção do fogo novo, sinal muito importante dessa liturgia é a escuridão. O fogo é a imagem de Jesus Cristo que disse: “Eu sou a luz do mundo. Quem me segue não andará nas trevas”. Nas igrejas de todo o mundo será introduzida a luz do Círio Pascal que simboliza Cristo Ressuscitado. Ele dissipou todas as trevas. Ele mostrou o caminho, a saída. Na sua luz, podemos sair das nossas trevas, do nosso medo, do nosso egoísmo para enxergarmos melhor o nosso próximo. Da luz do círio pascal acenderemos também nossas velas para que a semelhança de Cristo luz do mundo possamos iluminar o mundo fazendo com que os que jazem entre as trevas possam irradiar-se desta luz que não se apaga.
A segunda parte é a liturgia da palavra, a Igreja nos recorda os fatos importantes. O ponto alto desse momento é a recordação do Mistério Pascal de Cristo, onde somos colocados em profunda relação com a Trindade, pois por meio dele somos tocados e atingidos pela força do Espírito que faz de nós novas criaturas.
A terceira parte da Vigília Pascal que é a Liturgia do Batismo. Era costume, nesta noite de Vigília na Igreja primitiva, batizar os catecúmenos, ou seja, aqueles que recebem os Sacramentos da Iniciação Cristã. Renovemos também nós nesta Noite Santa as promessas do nosso Batismo, assumindo com empenho a missão de ser sal da terra e luz do mundo.
Na última parte da Vigília Pascal, somos convidados a participar da Mesa da Comunhão Eucarística. Somos pela Eucaristia, alimentados e sustentados pelo próprio Jesus que morrendo destruiu o muro da inimizade, possibilitando o encontro de todo o gênero humano com sua Pessoa e sua mensagem. Na Eucaristia recebemos a força do Ressuscitado que nos impele na construção de um mundo novo.
Como não exultar com o coração? Como não cantar com a voz e com os lábios diante da grande e sempre Boa-Nova de que a vida e não a morte tem agora a última palavra porque a Palavra Eterna, que armou sua tenda entre nós, nos deu a certeza de que a vida é soberana! ‘Não está aqui; ressuscitou como disse’. Sim o Senhor venceu a morte, Nele somos mais que vencedores: somos vitoriosos!
Feliz Páscoa!
Michele Amaral – Bacharel em Teologia – PUC-Rio