Espaço Teológico – Maio 2018
“Todos ficaram cheios de Espírito Santo” (At 2,4)
No dia 20 desse mês a Igreja celebra a solenidade de Pentecostes. Nesta solenidade celebramos a descida do Espírito Santo, terceira pessoa da Trindade, sobre os apóstolos. Com ela fechamos o ciclo da Páscoa.
Por que para nós é tão importante essa solenidade?
Quando falamos de Pentecostes logo nos lembramos da leitura dos Atos dos Apóstolos Cap. 2, versículo 3 e a cena das línguas de fogo. Mas antes de falarmos desse momento em si, procurem ler o capítulo 20, do evangelho de João, onde nos é apresentada uma comunidade “sem Jesus”. Podemos perceber como estavam se sentindo – sem Jesus – quando o evangelista diz que estava “anoitecendo”, estava “escuro ainda” (Jo 20,1). É narrado que eles não se lembraram das Escrituras, segundo a qual Jesus devia ressuscitar dentre os mortos. Dessa forma, não tinham ideia alguma do que aconteceria já que seu Mestre havia sido crucificado; estavam com medo do futuro, temiam pela própria segurança. Ficavam, então, “com as portas fechadas”. Sentiam-se desamparados, desorientados, inseguros, perderam sua referência e não sabiam onde e em quem se agarrar.
Jesus Ressuscitado ao soprar o Espírito Santo sobre eles livrou-os do medo, das trancas da morte, enchendo-os de esperança, pois esse é o verdadeiro sentido do mistério da ressurreição de Jesus (Cf Jo 20,19-23).
O Espírito Santo ensina a comunidade a ter o entendimento do verdadeiro amor de Deus e nos incendeia de motivação fecunda em favor do bem comum, enquanto que ao mesmo tempo nos fortalece nessa missão.
Esse mesmo Espírito é quem cria e recria a comunidade cristã para que possa ir pelo mundo, espalhando a graça de Deus (cf. At 2,1-11). Podemos dizer que o Espírito Santo é a fonte de onde brota a vida, Àquele que nos dá os dons, que nos capacita, que nos faz capazes de professar que Jesus é o Senhor (cf. 1Cor 12,3b-7.12-13).
O acontecimento do cenáculo nos ensina a caminhar nas pegadas de Jesus e nos recorda tudo o que Jesus disse. O Espírito Santo nos ensina a falar com Deus através da oração e a chama-lo de Pai. Por meio dos dons que Ele nos dá, somos capazes de vivemos em comunidade, onde o amor prevalece. Isso nos faz pensar, que sem Ele a evangelização não é eficaz.
Michele Amaral
Bacharel em Teologia – PUC-Rio