Espaço Teológico – Mai2017
Maria – Mãe das mães
O mês de maio é dedicado a Maria, a mãe das mães. Exemplo de Mulher! Mulher essa que admira e intriga a muitos. O que houve com ela sequer ousaríamos imaginar. O que houve com ela foi algo fora de qualquer cogitação humana. Desde que aceitou a proposta trazida pelo mensageiro de Deus, sua vida mudou por completo, Filho especial, gravidez especial, mãe especial. Passou por momentos maravilhosos e únicos que só uma mãe pode vivenciar, em cada golfada de leite, a cada roupa trocada e lavada dele, a cada papinha, a cada palavra ensinada, a cada brincadeira, a cada riso e choro. É certo que ela não vivenciou só momentos maravilhosos nessa jornada. Mais tarde, ela ouve cada palavra que Ele dizia e sentiu cada golpe que Ele recebeu. Sempre guardando tudo em seu coração e meditando.
O que mais me surpreende em Maria é a sua coragem para enfrentar os eventos da vida, pois se tivesse medo dos riscos não estaria apta a educar Jesus, pois seria escrava do medo. Isso podemos perceber olhando a vida adulta de Jesus, Ele viveu destemido, sem receio de expor as hipocrisias e denunciar o que estava errado. Ao dizer sim para Deus ela demostrou sua coragem.
Você pode estar se perguntando por que coragem?
Para responder essa questão temos que olhar o ambiente cultural que Maria vivia. Ela era judia, criada em uma sociedade patriarcal e que muitas vezes exercia o radicalismo religioso. Nessa sociedade se a mulher fosse vista cometendo adultério era apedrejada publicamente até a morte, cultivando assim a “doutrina do medo”. Viveu sua infância sabendo o que acontecia a mulheres que não iam conforme as leis.
Na sua adolescência já estava noiva, para a cultura judaica, o noivado era tão sério quanto o próprio casamento. Estava próxima a finalizar o ritual do casamento, mas não havia mantido relações sexuais com seu futuro marido, José, um carpinteiro sem grandes posses, que carregava pesadas toras e as lapidava para sobreviver. Era um homem acostumado ao trabalho pesado, segundo a tradição nos ensina.
Quando tudo parecia tranquilo e certo, acontece algo surpreendente. Um mensageiro dos céus apareceu a essa simples jovem. Ela recebe um convite de Deus, para participar do seu projeto, gerando o Seu Filho. Aceitar esse convite iria submeter Maria a percorrer riscos. Se ela pensasse em todas as consequências do seu sim, teria um mar de dúvidas e medos, pois todas as mulheres que engravidavam fora do casamento morriam apedrejadas. Sem pensar no que poderia acontecer, diz sim abertamente, depositando toda a sua confiança nas mãos de Deus.
Com essa atitude ela se torna mãe de Jesus, uma mãe tranquila, que ama sem reter, companheira e discípula fiel. Maria em sua função maternal não é a imagem de uma mulher submetida, dependente, nem de uma deusa, e sim a imagem da pessoa que foi a mais próxima e mais unida ao divino por ter sido plenificada pelo Espírito Santo, e por encarnar o Verbo de Deus. Sua vida nos desafia a despertar o sentimento maternal como atitude que permite a outras pessoas viver e crescer, que respeita a liberdade e a responsabilidade das outras. Maria de Nazaré tem muito a nos ensinar.
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Michele Amaral – Bacharel em Teologia – Puc – Rio