Espaço Teológico – Jun 2018
“Ide e fazei discípulos meus, todos os povos” (Mt 28, 19-20) – Nossa essência.
Nesse mês iremos conversar um pouco sobre qual é a principal essência do cristão. Devemos sempre nos lembrar que Deus nos ama gratuitamente e a maior prova desse amor é a encarnação de Jesus. Foi Jesus que nos falou quem é o Pai e nos mostrou a sua misericórdia para conosco. Com a sua paixão nos mostrou o que é doação e o poder do amor. Amor esse que nos dá a vida eterna, basta que creiamos (cf. Jo 3,36).
Vivemos uma realidade que nos faz esquecer o amor de Deus e, aqui poderíamos citar vários exemplos, mas vamos mencionar algo bem comum e usado por quase todas as pessoas: as redes sociais, pois, que todos devem concordar, as redes sociais são usadas muitas vezes para disseminar mais ódio do que coisas boas, além do consumismo desenfreado, onde o ser humano só vale se possui, caso contrário é discriminado. O mais triste disso tudo é que podemos perceber isso dentro de nossas igrejas, nos fazendo esquecer o que é ser cristão.
Voltemos nosso olhar para as nossas origens, os cristãos, que foram enviados por Cristo e impelidos pelo Espírito Santo a viverem e anunciarem a Boa Nova. Esses homens e mulheres viviam a partilha, a comunhão. Muitos abriram mão do poder, do luxo, para uma vida totalmente nova. Podemos citar vários como, São Jorge que foi um guerreiro da fé; ele não renegou Jesus mesmo na iminência de sua morte; São Francisco de Assis, que despiu-se do luxo para reconstruir a Igreja de Cristo. São muitos os exemplos.
Hoje ajoelhamos, comungamos, oramos e mais o que? Não podemos deixar parar por aqui, fortalecidos devemos professar diariamente com gestos concretos de fé. Isso é comunicar o amor de Deus aos que necessitam de uma palavra, de um auxilio, de amor. Que sejamos capazes de anunciar o amor de Deus. A Igreja de hoje deve apontar e questionar a vida em sociedade, mostrando o que contrapõe o projeto de Deus.
“Creio que há necessidade de romper o círculo vicioso da angústia e deter a espiral do medo, resultante do hábito de se fixar a atenção nas ‘notícias más’ (guerras, terrorismo, escândalos e todo o tipo de falimento nas vicissitudes humanas). Não se trata, naturalmente, de promover desinformação onde seja ignorado o drama do sofrimento, nem de cair num otimismo ingênuo que não se deixe tocar pelo escândalo do mal. Antes, pelo contrário, queria que todos procurássemos ultrapassar aquele sentimento de mau-humor e resignação que muitas vezes se apodera de nós, lançando-nos na apatia, gerando medos ou a impressão de não ser possível pôr limites ao mal. (…) Para nós, cristãos, os óculos adequados para decifrar a realidade só podem ser os da boa notícia: partir da Boa Notícia por excelência, ou seja, o «Evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus» (Mc 1, 1)”. Papa Francisco. Mensagem para o 51º dia mundial das comunicações sociais.
Que permitamos que o Espírito Santo nos guie e nos torne capazes de comunicar Jesus, pois essa é a nossa essência.
Michele Amaral
Bacharel em Teologia – PUC-Rio