Espaço Teológico – Fev2017
O “Adeus à Carne”
“Para tudo há um tempo, para cada coisa há um momento debaixo dos céus. Tempo para chorar e tempo para rir; tempo para gemer e tempo para dançar (…)” (Ecl 3,1-4)
Nesse mês iremos conversar sobre a festa do carnaval.
Podemos dizer que a festa que temos hoje é herança de várias comemorações dos povos antigos: na Babilonia encontramos as Saceias e o equinocio de primavera, na Grecia encontramos as festas chamadas de Bacanais, pois eram dedicadas ao deus Baco e em Roma temos as festas Saturnálias e Lupercálias. Essas festas tinham traços em comum, duravam dias com muita comida, bebida e danças. Os papéis sociais eram invertidos temporariamene, o escravo poderia frequentar lugares desdinados aos senhores e os senhores se colocavam no papel de escravos.
Com o surgimento do Cristianismo e com o fortalecimento do poder da Igreja, essas festas não eram vistas com bons olhos. A Igreja não é contraria a festa em si, mas a atitude de libertinagem vivenciada nela.
Foi na Idade Média, que a Igreja conseguiu restringir a festa aos três dias antes da quarta-feira de cinza que nos prepara para as restrições da Quaresma. Nesse periodo de jejum e abstinência, o consumo de carne era proibido.
A palavra “Carnaval”, tem sua origem no Latim, Carnis levale, que significa retirar a carne. A festa lembrava que estava chegando o periodo rigido sem ingerir carne de origem animal. A variação da data desta festa se deve justamente a sua ligação com a Páscoa.
O problema da festa do Carnaval até hoje não é a cobiça pela alegria, mas os excessos e a permissividade que são praticadas por muitos. O cristão não deve ser um alienado no mundo, podemos participar do carnaval e celebrar o dom da alegria, pois Cristo é a personificação da felicidade. Encontre a melhor forma para celebrar a alegria da vida.
Michele Amaral
Bacharel em Teologia
Puc – Rio