Espaço Teológico – A origem da Vida
Michele Amaral
Bacharel em Teologia PUC-Rio
Estamos no mês de janeiro que nos leva ao início de um novo ano.
Convido vocês a refletirem sobre origem da vida. Quando pensamos sobre ela nos vem à mente diversas coisas, principalmente a pergunta de com foi criado o mundo. Será que foi como os cientistas nos afirmam, ou seja, através da evolução ou será que foi como o relato bíblico nos revela?
Devemos ter em nossas mentes que os relatos da criação que encontramos no livro do Genesis não é uma reportagem de como Deus criou o mundo, mas sim um documento de fé que afirma que Deus é o criador de tudo. Deus cria tudo por amor aos homens e para manifestar a VIDA.
No segundo relato (Gn 2) temos a ideia do Paraíso, como habitat natural de Deus. Temos uma visão de uma vida em plenitude, de harmonia, de justiça e paz. Onde: a mulher é colocada como companheira e igual ao homem; a árvore da vida garante que a vida continue para sempre; a terra produz a alimentação necessária para a sobrevivência; o trabalho é leve, rende muito, pois cuidar de um jardim não exige muito esforço; a fertilidade da terra é garantida, pois é cercada por 4 rios; os animais obedecem e servem os homens; Deus é amigo e íntimo dos homens, pois faz passeios e conversa com eles; não existe violência, abuso das coisas divinas e domínio abusivo dos outros.
Deus nos dá esse paraíso, que é o seu projeto, e só nos pede para cuidar dele, não nos esquecermos da amizade com Ele e respeitar o próximo. O Senhor confere ao ser humano a liberdade, na qual poderia fazer aquilo que desejasse menos tocar nos frutos da “árvore que está no centro do jardim”. Essa proibição não é uma questão de conhecimento, mas de limite. O outro é a medida limite. Esse é o principal fator de semelhança com Deus.
A desobediência, o não ao projeto, causa o afastamento de Deus, ou seja, o pecado. A morte corporal não é conseqüência deste, mas da fragilidade de sua matéria. O pecado, que não dever ser visto como aspecto sexual, mas como desrespeito ao outro, um desarruma a casa. A serpente se torna o problema para a mulher por tê-la enganado. A mulher, que foi tirada do homem para ser sua auxiliar, está agora contra ele. O homem, que poderia desfrutar do bem-estar e do convívio pacífico com Deus, agora está destinado a viver vestido, escondido e envergonhado.
Ao olharmos para essa situação nos bate certa angustia, mas nem tudo está perdido, temos uma surpreendente e libertadora promessa da ressurreição, de uma vida diferente, da plenitude de vida, para além da morte.
Mas antes de alcançarmos a essa plenitude devemos construir o Reino agora preservando nossas relações: relação dialógica com Deus, relação dialógica entre o homem e a mulher, respeitando o meio ambiente e mantendo uma relação sincera conosco.
A PESSOA HUMANA É O ESPELHO ONDE SE REFLETE O ROSTO DE DEUS.
Devemos nos perguntar por que e para quê existimos?
A resposta bíblica é simples: existimos para acolher a comunicação do amor de Deus ou, com outras palavras, para viver a salvação oferecida gratuitamente por Deus mediante Jesus Cristo.