Escritos de Santo Antônio Maria Zaccaria
GRANDE E RETA INTENÇÃO
Escrevo esse artigo poucos dias antes do segundo turno das eleições majoritárias. Não podia saber, portanto, que rumos o país iria tomar daí em diante. Houve uma acirrada polarização entre duas tendências: uma falava em novo governo e outra em mudança. As duas expressões, salvo engano, indicam renovação, reforma, crescimento e outros significados afins, que estão sempre presentes quando temos que escolher os representantes dos poderes executivo e legislativo.
Quem deseja renovar ou reformar realidades de grande envergadura, tal seja a vida política, social e econômica de um país multicultural como o nosso, precisa ter algumas qualidades indispensáveis para levar adiante projetos que favoreçam a renovação desejada.
Mais uma vez, vou pedir a ajuda de Santo Antônio Maria Zaccaria para ilustrar o que pretendo dizer. Nosso Santo foi um reformador na sua época. Nosso carisma de Barnabitas é o da renovação do fervor cristão. É um projeto de grande envergadura, embora não tenhamos que levá-lo adiante sozinhos. Santo Antônio Maria aponta oito qualidades para quem deseja ser um reformador. Escolho uma delas, por crer que é bem apropriada para o momento que estamos vivendo no país, qualquer que seja seu presidente: Quem deseja ser reformador, deve ter GRANDE E RETA INTENÇÃO! A intenção do reformador deve ser “sumamente boa e perfeita” (31816), ou seja, o reformador deve ter boa vontade e reta intenção, elevada ao máximo possível, caso contrário, sua ação jamais terá êxito. O reformador não pode ser “bonzinho” e muito menos aquele “cuja bondade natural vale pouco”. (31827). Santo Antônio Maria usa uma expressão interessante para explicar essa situação: Não se faz um bolo com ovos podres e manteiga rançosa, ou seja, para reformar qualquer realidade, só mesmo quem tiver muito boa vontade e aquela reta intenção!!! Haverá também os aproveitadores, – os que se valem da proximidade com os reformadores -, ou para mandar e desmandar ou para se acomodar, para não falar dos que só desejam ostentar grandiosidade, mas não passam de medíocres e superficiais. A intenção deve ser reta, para que o reformador trabalhe para a honra de Deus e para a utilidade do próximo. Mesmo que o reformador não seja uma pessoa de vivência religiosa, ele trabalhará para a honra de Deus, se trabalhar para o bem comum. Se a reforma for firme e consistente, durará por muito tempo e não haverá necessidade de mudanças substanciais a toda hora.
Meus amigos, quando vocês lerem esse artigo, já saberão quem vai nos governar nos próximos quatro anos, para desespero de alguns, satisfação de outros e indiferença da maioria. O maior perigo é a indiferença, sinônimo de não participação. É bom lembrar que a renovação passa necessariamente por todos nós. Por isso, participe, mesmo que seu candidato não tenha vencido as eleições. Afinal, todos nós somos reformadores e está em jogo a felicidade do povo e não as nossas preferências, muitas vezes, seletivas e excludentes.
Quem desejar aprofundar este assunto, leia e medite o capítulo 18 das Constituições de Santo Antônio Maria Zaccaria, no final do livro dos seus Escritos.
Pe. Luiz Antonio do Nascimento Pereira CRSP