Coluna Cultural – Entrevista Jamil Joanes Jr.
Quem é Jamil Joanes Jr. ?
Eu comecei a conhecer a igreja quando eu tinha 16 anos, e fui convidado por uma tia a fazer o EAC. Fiz o 32º da Paróquia e minha vida inteira sou daqui do Loreto. Logo depois eu comecei a tocar na missa e desde então comecei a ganhar a experiência. Depois do EAC, fiz o EJC e também o JCC que acabou. Fiz participações em atividades e retiros do que hoje é o Setor Juventude, como a Semana Santa Jovem.
Sou músico desde os 13 por influencia do meu pai que é músico profissional e toda a minha carreira / experiência vem da convivência com ele, do dia a dia. Eu tentei estudar música, mas não consegui estudar mais do que seis meses de música.
Como surgiu o gosto pela música católica? Porque trabalhar com esse segmento?
O gosto por música católica veio por experiências pessoais, na missa. Já cantei muito fora, muita música secular, mas nada me completa mais do que cantar numa missa. Quando eu canto na missa, quando eu canto para Deus, é onde eu sinto meu corpo, minha mente, meu ser como um todo, ele se completa, é como uma ferramenta se sentindo muito útil. Principalmente pelos dizeres das músicas católicas, das músicas para Deus são o máximo da contemplação, o máximo daquilo que se pode ter. Tem artistas que encontram isso na música secular; eu, quando falo para Deus, é o máximo que eu posso dizer sobre amor, sobre o que é verdade, então é a maior verdade da minha vida. Falar sobre Deus é o máximo que eu posso fazer nesse mundo, porque é a maior verdade, então a música católica para mim vem me preencher nesse sentido, porque assim como qualquer música ela me dá prazer e além desse prazer, é um prazer voltado para algo que é verdadeiro, que é o máximo dos máximos, que é falar de Deus. Não existe coisa melhor, não existe nada que eu consiga falar que seja maior do que Deus, então quando eu falo de Deus, estou fazendo o máximo do máximo. A minha admiração, o meu gosto pela música católica vem disso.
Como foi lançar o CD Adiante? É seu primeiro trabalho ou já houve outros? As músicas são suas ou são parceria?
Eu já fiz um trabalho, uma banda secular chamada “área Vip” que depois virou “Zona Vip”, nós ainda nos falamos, mas não deu certo. O CD Adiante é o primeiro trabalho católico e ele surgiu, como todas as coisas de Deus, ele surgiu no momento em que eu menos esperava. Eu não esperava de maneira nenhuma lançar um CD católico em 2014, muito menos começar uma carreira na música católica em 2014, até no inicio do ano eu tinha planos, mas vinha bem devagar quanto a isso. Mais uma prova de que as coisas de Deus vêm nos momentos que menos esperamos. A Amelia (consagrada do movimento Regnun Christi) ela chegou e em oração perguntou se eu tinha músicas e que ela tinha um dinheiro guardado e pelo fato das consagradas estarem indo embora do Rio de Janeiro, ela não queria ir embora e levar esse dinheiro por ele ser fruto de um trabalho dela, um CD que ela lançou. E ela queria plantar a semente, deixar aqui o que ela conseguiu. Ela me perguntou se eu tinha músicas, eu disse que sim e ela falou de lançarmos o CD. Esse CD nasceu da ajuda que ela me deu, custeando toda a gravação e 70% dos outros custos, eu tendo completado o restante. Todo o trabalho foi feito com dinheiro doado. O CD Adiante é voltado para colocar você em oração, que leve você a uma meditação e que dentro dessa meditação você tenha um encontro pessoal com Deus. A espinha dorsal do trabalho é essa e diante dessa espinha dorsal justifica o fato de ser voz e violão até porque o custo seria baixo e eu tinha um limite de dinheiro para usar então voz e violão sugeria isso e dentro desta perspectiva seguiu a espinha dorsal.
O CD Adiante é voltado para um público jovem, mas confesso que não sei direcionar isso direito, porque Deus sabe o que faz. Tem muitas pessoas que não vão à igreja, mas que foram tocadas ao ouvir o CD. Meu pai presenciou isso já, de uma amiga que cantava com ele na banda Vitória Régia; ele ligou o som do carro, ela ouviu o CD e começou a chorar, e ela nunca foi a igreja, ou está bem distante. Eu vou lhe falar: foi só a minha intenção, mas a intenção de Deus é a mais variada possível, são milhares e não conseguimos saber todas. Mas a minha intenção é atingir o público cristão, o católico que vai a igreja há algum tempo já, assim como Isabel estava à espera da visita de Maria, aquele público que está cansado, que vai à igreja já ha um tempo e que é experiente e que tem um contato com Deus, que conversa com Deus.
Adiante significa o que diz a música, sem olhar para trás. “Aquele que coloca a mão no arado e olha para trás, não é digno de mim” (citando Lc 9, 62) Estamos vivendo em uma época em que tudo é muito deturpado, tudo é muito artificial, inclusive essa fala ela é muito clichê, pois a muito tempo isso já vem acontecendo. Hoje vivemos as consequências disso, então vivemos em um mundo em que cada vez mais se tem menos valor sobre a vida, sobre o próximo, cada vez mais nós vivemos as consequências de uma sociedade que olha para si mesmo, então é o indivíduo, o eu, eu posso, eu consigo, primeiro eu, então vivemos as consequências sérias de uma sociedade que olha muito para dentro de si. Então Adiante, sem olhar para trás, e voltar a face apenas para risto, significa dentro de um ambiente adverso, o que eu preciso fazer para renovar as minhas energias, para continuar acreditando em Cristo, o que fazer para continuar acreditando em Deus o que eu preciso fazer? Como fazer? De onde tirar essa força? Como conseguir rezar para o Espírito Santo? Então as músicas vem de uma conversa um diálogo espiritual meu ou com Deus, são falas minhas para Deus.
As músicas são de minha autoria, os arranjos são todos meus, arranjos de violão e voz. A produção fonográfica é do Rafael Doniek e tem a participação pontual da Amélia, que me ajudou em todo esse trabalho. E ela não podia faltar cantando nesse trabalho que ela me incentivou a fazer.
O que você está pensando para 2015? Como anda a divulgação do trabalho? Qual o intuito do trabalho?
Esse projeto no meu coração eu vejo primeiro a nível micro Já vieram muitas pessoas conversar comigo, até mesmo as consagradas, conversar, falar que tem contato na canção nova e que tem pessoas influentes, mas o que sinto no meu coração que ele é um trabalho meu, é um trabalho voltado para as miudezas. O meu primeiro pensamento é focar na paróquia Nossa Senhora de Loreto. Eu tenho uma ideia de projeto futuro, para 2015, mas antes quero conversar com o Pe. Sebastião para poder apresenta-lo. É um projeto mensal. Mas nesse momento o meu enfoque é pequeno, voltado para as pessoas da nossa paróquia. Esse CD foi feito com a intenção de tocar pessoas e transformar corações. Eu ainda não tenho a estrutura necessária, não domino as técnicas de mídia e divulgação, preciso de pessoas que possam me ajudar nisso de coração, pois não tenho dinheiro para pagar, que caso seja da vontade de Deus que esse trabalho aconteça a nível maior, que exista essa equipe. Atualmente eu trabalho sozinho, vendo os CD’s com a Juliana, dentro do meu carro e as pessoas que sabem vem e me perguntam. Eu não tenho muita acessibilidade a outras paróquias, e os meus planos a princípio é pegar esses áudios de voz e violão e transformar os arranjos para banda. Isso já está acontecendo, eu tenho 04 integrantes comigo, formando uma banda e tenho contatos com músicos que estão trabalhando nesses arranjos, vai passar sob a minha supervisão, o meu pai vai fazer o baixo, o Fabio Fontoura vai fazer as baterias e o John as guitarras. Montar esse trabalho e deixar isso com cara de banda é o primeiro passo, para que aí sim eu possa participar de eventos maiores, mas está tudo pequeno ainda e eu confesso que não tenho pressa de deixar isso grande, eu estou em oração e Deus vai me conduzir para que eu jogue as redes onde Ele me mandar, então se for da vontade d’Ele, que fique grande, mas que eu faça isso a passos curtos e certos, para que eu esteja preparado para isso. No momento eu penso pequeno, meu foco é aqui na Paróquia e divulgação aqui também. Se for algo maior, Deus vai me falar (e eu ainda não visualizei), estou pronto no quesito coragem. Vamos nessa, mas sei que não consigo sozinho.