Colaboração do Leitor – Julho 2018
A Liberdade do Homem
Deus criou o homem dotado de razão e lhe conferiu a dignidade de uma pessoa agraciada com a iniciativa e domínio de seus atos. “Deus abandonou o homem nas mãos de sua própria decisão” (Eclo 15,14), para que pudesse, ele mesmo, procurar seu criador e, aderindo livremente a ele, chegar à plena e feliz perfeição.
A liberdade é o poder de agir ou não agir, de fazer isto ou aquilo. Pelo livre-arbítrio, cada qual dispõe sobre si mesmo. Mas a liberdade só alcança sua perfeição quando está ordenada para Deus. Enquanto não se tiver fixado em seu bem último, que é Deus, a liberdade comporta a possibilidade de escolher entre o bem e o mal, portanto, de crescer em perfeição ou de definhar e pecar. A liberdade pode ser fonte de mérito ou demérito.
Quanto mais praticar o bem, mais a pessoa se torna livre. Não há verdadeira liberdade a não ser a serviço do bem e da justiça. A escolha da desobediência e do mal é um abuso da liberdade e conduz à “escravidão do pecado” (Rm 6,17).
O Catecismo da Igreja Católica (CIC) enfatiza que o direito ao exercício da liberdade é uma exigência inseparável da dignidade do homem. “O exercício da liberdade não implica o suposto direito de tudo dizer e fazer. É falso pretender que o homem se baste a si mesmo, tendo por fim a satisfação de seu próprio interesse no gozo dos bens terrenos”.
Liberdade e Salvação
Por sua gloriosa cruz, Cristo obteve a salvação de todos os homens. Resgatou-os do pecado, que os mantinha na escravidão. “É para a liberdade que Cristo nos libertou” (GL 5,1). Nele comungamos da “verdade que nos torna livres” (Jo 8,32). O Espírito Santo nos foi dado e, como ensina o apóstolo, “onde se acha o Espírito do Senhor, aí está à liberdade” (2 Cor 3,17).
A graça de Cristo não se coloca em concorrência com nossa liberdade, quando esta corresponde ao sentido da verdade e do bem que Deus colocou no coração do homem. Ao contrário, quanto mais dóceis formos aos impulsos da graça, mas crescem nossa liberdade íntima e nossa firmeza nas provas e, também, diante das pressões do mundo externo. Pela obra da graça, o Espírito Santo nos educa na liberdade espiritual, para fazer de nós livres colaboradores de sua obra na Igreja e no mundo. Como disse Santo Agostinho, “só Deus satisfaz”.
Colaborou: Solange Ribeiro – Jornalista