Ano Santo da Misericórdia
No dia 13 de dezembro, às 17h00 em ponto, Dom Karl Josef Romer, presidiu a abertura da Porta Santa, no Santuário de Nossa Senhora Mãe Rainha Três Vezes Admirável de Schoenstatt, local escolhido para peregrinação neste Ano da Misericórdia dentro do vicariato de Jacarepaguá.
A solenidade ocorreu, seguindo o ritual de abertura da Porta Santa em todo o mundo e foi acompanhada por uma multidão de fieis que lotaram o Santuário para participar da solenidade e depois passar pela porta. Muitos vieram de longe, de outras cidades e dioceses, mas fizeram questão de participar desse momento, primeiro por serem devotos da Mãe Rainha e depois por esse ser o primeiro evento da Arquidiocese realizado no Santuário após a proclamação de que ele passa a ser Arquidiocesano.
Vale ressaltar que passar pela Porta Santa possibilita a obtenção da Indulgência, desde que cumprindo as condições previstas pela Igreja. Passar, portanto, pela Porta Santa não perdoa os pecados.
A bula de proclamação do Ano Santo da Misericórdia, na parte que fala da indulgência nos diz que “o Jubileu inclui também o referimento à indulgência. Esta, no Ano Santo da Misericórdia, adquire uma relevância particular. O perdão de Deus para os nossos pecados não conhece limites. Na morte e ressurreição de Jesus Cristo, Deus torna evidente este seu amor que chega ao ponto de destruir o pecado dos homens. É possível deixar-se reconciliar com Deus através do mistério pascal e da mediação da Igreja. Por isso, Deus está sempre disponível para o perdão, não Se cansando de o oferecer de maneira sempre nova e inesperada. No entanto todos nós fazemos experiência do pecado. Sabemos que somos chamados à perfeição (cf. Mt 5, 48), mas sentimos fortemente o peso do pecado. Ao mesmo tempo, que notamos o poder da graça que nos transforma, experimentamos também a força do pecado que nos condiciona. Apesar do perdão, carregamos na nossa vida as contradições que são consequências dos nossos pecados. No sacramento da Reconciliação, Deus perdoa os pecados, que são verdadeiramente apagados; mas o cunho negativo que os pecados deixaram nos nossos comportamentos e pensamentos permanece. A misericórdia de Deus, porém, é mais forte também do que isso. Ela torna-se indulgência do Pai que, através da Esposa de Cristo, alcança o pecador perdoado e liberta-o de qualquer resíduo das consequências do pecado, habilitando-o a agir com caridade, a crescer no amor em vez de recair no pecado”.
Sobre a Reconciliação ou confissão:
A iniciativa « 24 horas para o Senhor », que será celebrada na, sexta-feira e no sábado, anteriores ao IV Domingo da Quaresma, deve ser incrementada nas dioceses. Há muitas pessoas – e, em grande número, jovens – que estão a aproximar-se do sacramento da Reconciliação e que frequentemente, nesta experiência, reencontram o caminho para voltar ao Senhor, viver um momento de intensa oração e redescobrir o sentido da sua vida. Com convicção, ponhamos novamente no centro o sacramento da Reconciliação, porque permite tocar sensivelmente a grandeza da misericórdia. Será, para cada penitente, fonte de verdadeira paz interior.
O Papa Francisco em sua catequese, no dia 18/11/15 disse que “Diante de nós está a porta, mas não somente a Porta Santa, outra: a grande porta da Misericórdia de Deus – e essa é uma porta bela! –, que acolhe o nosso arrependimento oferecendo a graça do seu perdão. A porta é generosamente aberta, é preciso um pouco de coragem da nossa parte para cruzar o limiar. Cada um de nós tem dentro de si coisas que pesam. Todos somos pecadores! Aproveitemos esse momento que vem e cruzemos o limiar dessa misericórdia de Deus que nunca se cansa de perdoar, nunca se cansa de nos esperar! Ele nos olha, está sempre próximo a nós. Coragem! Entremos por essa porta!
O Jubileu da Misericórdia é um Jubileu extraordinário e o seu início foi assinalado oficialmente a 8 de Dezembro, dia da Imaculada Conceição, com a abertura da Porta Santa da Basílica de São Pedro. Neste dia celebrou-se também o 50º aniversário da conclusão do Concílio Vaticano II. O encerramento do Ano Santo será no dia 20 de novembro de 2016.
Este é o primeiro jubileu desde o que foi convocado por João Paulo II, em 2000, para assinalar o início do terceiro milênio.
A celebração do Jubileu católico tem origem no Jubileu hebraico, onde a cada 50 anos, durante um ano, chamado ano sabático, eram libertados escravos, as dívidas eram perdoadas e as terras deixavam de ser cultivadas, entre outras coisas. Estas comemorações são referenciadas na Bíblia, LV 25,8. Na tradição católica o jubileu tem também a duração de um ano, mas tem um sentido mais espiritual, consistindo no perdão dos pecados dos fiéis que cumprem certas disposições eclesiais estabelecidas pelo Vaticano (Indulgências).
No anúncio do Jubileu Extraordinário, o Papa disse que pensou muitas vezes no modo como a Igreja pode tornar mais evidente a sua missão de ser testemunha da misericórdia. Disse que “É um caminho que começa com uma conversão espiritual; e devemos fazer este caminho”. Realçou dizendo que «ninguém pode ser excluído da misericórdia de Deus» e que a Igreja «é a casa que acolhe todos e não recusa ninguém». «As suas portas estão escancaradas para que todos os que são tocados pela graça possam encontrar a certeza do perdão. Quanto maior é o pecado, maior deve ser o amor que a Igreja manifesta aos que se convertem».