A Igreja é Una, Santa, Católica e Apostólica – A Igreja é Católica – 2ª parte
A Igreja e os não cristãos
A relação da Igreja como o povo hebreu. Deus escolheu e falou em primeiro lugar com o povo hebreu. É ao povo hebreu que “pertencem a adoção filial, a glória, as alianças, a legislação, o culto, as promessas e os patriarcas”. Dele é que descende, quanto à carne, o Cristo.
O povo de Deus da Antiga Aliança espera a vinda do Messias, o Povo da Nova aliança espera a volta do Messias, que morreu e ressuscitou e é reconhecido como Filho de Deus.
As relações da Igreja como os muçulmanos. Estes professam a fé de Abraão, adorando conosco o Deus único, misericordioso, juiz dos homens no último dia (LG 16).
O vínculo da Igreja com as religiões não cristãs. A ligação provém, primeiramente, da origem e do fim comuns de todo o gênero humano. Foi Deus quem criou o gênero humano para habitar a face da terra e deseja que todos se salvem.
A Igreja católica reconhece que tudo o que de bom e de verdade se encontra nas outras religiões vem de Deus.
Enganados pelo Maligno, os homens mostram limitações e erros que desfiguram neles a imagem de Deus, chegando a trocar a verdade de Deus pela mentira, e com isto acabam servindo à criatura mais do que ao Criador.
Deus Pai quis convocar toda a humanidade na Igreja de seu Filho. A Igreja é o lugar em que a humanidade deve reencontrar sua unidade e sua salvação, já que o pecado dispersou e desgarrou os homens.
“Fora da Igreja não há salvação”
Esta afirmação significa que toda salvação vem de Cristo Cabeça por meio da Igreja que é seu Corpo. Ele é o único mediador e caminho da salvação. Aqueles que procuram sinceramente a Deus e, sob o influxo da graça, se esforçam por cumprir a vontade dele, são salvos. Igualmente os que, sem culpa, desconhecem Cristo e sua Igreja.
A Igreja faz a sua parte: evangeliza os homens. E Deus, por caminhos dele conhecidos, pode levar à fé todos os homens que sem culpa própria ignoram o Evangelho.
A missão – uma exigência da catolicidade da Igreja
O mandato missionário. A Igreja esforça-se para anunciar o Evangelho a todos os homens (AG Ad Gentes 1).
A origem e o escopo da missão. O mandato missionário do Senhor tem sua fonte no amor eterno da Santíssima Trindade e tem como fim a missão de fazer os homens participarem da comunhão que existe entre o Pai e o Filho em seu Espírito de amor. (Cf RM Redemtoris Missio 23).
O motivo da missão. Em 1 Tm 2,3 vemos: “Deus quer que todos os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento das verdade”. Em outras palavras, Deus quer a salvação de todos pelo conhecimento da verdade. A Igreja, a quem esta verdade foi confiada deve levá-la a todos, uma vez que crê no projeto universal de salvação.
Os caminhos da missão. Guiada pelo Espírito Santo, a Igreja continua e desdobra a missão do próprio Cristo no decurso da história. Somente avançando pelo caminho “da penitência e da renovação” (LG 8 Cf 15) e “pela porta estreita da Cruz” (AG 1) o Povo de Deus pode estender o Reino de Cristo (Cf. RM 12-20) e estando disposta ao sacrifício de si até o martírio.
Por causa desta sua missão, a Igreja caminha com a humanidade inteira, experimentando com o mundo a mesma sorte terrena. O esforço missionário exige, pois, a paciência.
São vários momentos:
Primeiro anuncia o Evangelho aos povos e aos grupos que ainda não creem em Cristo.
Depois prossegue no estabelecimento de comunidades cristãs e na fundação de Igrejas locais, onde encaminha um processo de inculturação para encarnar o Evangelho na cultura dos povos (Cf. RM 52-54). Neste caminhar também conhece fracassos.
A missão da Igreja exige o esforço rumo à unidade dos cristãos (Cf. RM 50) uma vez que as divisões entre cristãos impedem a Igreja de realizar a plenitude da catolicidade.
A tarefa missionária implica um diálogo respeitoso com os que ainda não aceitam o Evangelho (Cf RM 55). Aos que desconhecem a Boa Nova, o anuncio é para consolar, completar e elevar a verdade e o bem que Deus difundiu entre os homens e os povos e para purificá-los do erro e do mal.
Jane do Tércio